Mortes por dengue crescem 36,6% em MG e média de notificações da doença é de 2.926 por dia

Os casos confirmados de chikungunya duplicaram em sete dias. Já o de zika, subiu 49,9%

João Henrique do Vale
Aumento no número de casos das doenças provoca lotação nos hospitais de BH - Foto: Cristina Horta/EM/D.A Press

A proliferação do mosquito Aedes aegypti vem causando preocupação por causa da zika e a chikungunya. Mas é uma velha conhecida dos brasileiros que continua fatal, a dengue. As mortes pela doença em Minas Gerais aumentaram 36,6% em uma semana, saltando de 30 para 41. O número de casos prováveis também estão em disparada. No mesmo período, a alta foi de 11,78%, chegando a 280.936, o que dá uma média de 2.926 diariamente. Os casos confirmados de chikungunya duplicaram em sete dias. Já os de zika cresceram 49,9%.

Os dados divulgados nesta terça-feira pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram um aumento significativo das três doenças transmitidas pelo mosquito.
Em comparação com a última semana, Minas Gerais saiu de 215.315 casos prováveis de dengue para 280.936, aumento de 65.251 notificações. O total registrado nos três primeiros meses deste ano é 14,5% superior aos casos do mesmo período de 2013, quando o estado passou por uma forte epidemia da doença.

Belo Horizonte lidera a estatística negativa com o maior número de mortes. Foram 10 óbitos na capital mineira. Em seguida, vem Juiz de Fora, na Zona da Mata, com nove mortes. Além Paraíba, também na Zona da Mata, Divinópolis, na Região Centro-Oeste, e Monte Carmelo, no Alto Paranaíba, registraram duas mortes cada uma. Óbitos foram computados, ainda, em Abaeté, Araçuaí, Araxá, Bicas, Contagem, Espera Feliz, Estrela Dalva, Ibirité, Itaúna, Mutun, Pará de Minas, Patrocínio, Pompéu, Raposos, Recreio, São João Nepomuceno. Outras 135 mortes estão sendo investigadas.

Os casos de zika tiveram alta de 49,9% nas confirmações. Saíram de 779, número da última semana, para 1.168. Outros 5.549 ainda estão sendo investigados. O crescimento se dá, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), por causa da circulação do vírus nos municípios mineiros. Com isso, a metodologia de contagem mudou.
Os casos estão sendo incluídos no balanço por avaliação clínica e não por resultado laboratorial, segundo definição do Ministério da Saúde.

O número de gestantes que foram confirmadas com a doença também aumentou. Saiu de 108 casos confirmados para 118 em sete dias. Outros 342 casos ainda seguem em investigação. Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais, com 16 casos, lidera o ranking. Em seguida vem Ipatinga, no Vale do Aço, com 15; Montes Claros, no Norte de Minas, e Belo Horizonte, com 12; e Coronel Fabriciano, com 11. Em relação ao protocolo de monitoramento da microcefalia, 26 casos suspeitos estão sendo investigados e dois foram confirmados.

Chikungunya

A chikungunya também está em disparada. A SES confirmou mais nove casos da doença em 2016. Agora, o estado tem 17 casos, o dobro da última semana, quando estava com 8. Outras 159 notificações seguem sendo investigadas.
Do total, sete casos são importados, ou seja, o paciente contraiu a doença em outro estado.

Outros 10 casos com confirmação laboratorial foram infectados em Minas Gerais. Destes, nove pessoas apresentaram como local de infecção Santa Luzia, na Grande BH, e um em Contagem. Nesse último caso, o paciente morreu, mas as causas ainda estão sendo investigadas para saber se foi em decorrência da doença..