Jornal Estado de Minas

Justiça diminui pena e 'Tarado do Dona Clara' pode deixar a prisão


A reviravolta na Justiça deve colocar novamente nas ruas o assistente administrativo Marcel Barbosa dos Santos, de 32 anos, que ficou conhecido como “Tarado do Dona Clara”. Na última segunda-feira, a 3ª Câmara do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) julgou a apelação dos advogados do réu e diminuiu a pena do réu de 29 anos de prisão, para três anos e quatro meses em regime aberto. A defesa adiantou, nesta sexta-feira, que estuda entrar com um recurso. Já vítimas do homem estão amedrontadas com a possível soltura.



Marcel dos Santos foi condenado em outubro de 2014. Os advogados que o defendem entraram com uma apelação para tentar reaver a pena. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o recurso foi julgado nessa segunda-feira. Porém, como o caso corre em segredo de Justiça, a assessoria não pôde dar mais detalhes sobre o caso.

O advogado Tiago Lenoir, que defende as vítimas do assistente administrativo, informou que estuda entrar com recurso. “Estou esperando a publicação do acórdão para tomar ciência dos fatos e depois verificar se vamos recorrer”, explicou. Enquanto isso, mulheres atacadas pelo homem estão com medo de serem vítimas novamente.

“Olha, estou muito assustada porque teve uma reviravolta. Ficou preocupada, pois ele é morador do meu bairro e quase todas as vítimas estão aqui. Agora, pode ser que não faça nada, mas a longo prazo pode ter esse problema de novo e fazer isso. O que a Justiça me garante e qual a proteção que eu tenho?”, questionou. A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que até as 17h o homem continuava preso em um presídio da Região Metropolitana de Belo Horizonte.



A atuação do maníaco começou a ser investigada depois que um estudante criou uma campanha nas redes sociais denunciando que um estuprador agia no Bairro Dona Clara. O cartaz divulgado na internet informava o registro de dez ataques em três dias. Os relatos das vítimas indicava que o homem agia, principalmente, nas imediações de uma escola particular e outra municipal do bairro. Circulando de moto, ele abordava as vítimas, as segurava pelo braço e passava a mão nas partes íntimas delas.

Na denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o promotor Renato Bretz Pereira afirmou que, somente em um dia, no curto espaço de 20 minutos, ele atacou quatro garotas, de 12, 13, 16 e 17 anos, no começo da manhã, quando seguiam para a escola, no Bairro Dona Clara. Em três casos ele agiu da mesma forma: se aproximou das vítimas em uma motocicleta e as pegou pelas costas. Depois de imobilizá-las, passou as mãos nas partes íntimas das vítimas. No mesmo bairro, mas em outra data, ele atacou outra adolescente, de 15 anos. Os outros crimes ocorreram nos bairros Jaraguá (três vítimas de 16, 17 e 21 anos); no Liberdade (uma de 17); e no Ouro Preto (uma jovem de 19 anos).

Marcel foi preso em um prédio residencial na Avenida Isabel Bueno, no Bairro Santa Rosa, na noite de 29 de outubro de 2013. Ele admitiu os abusos, mas foi liberado por não haver flagrante e nem mandado de prisão em aberto. No dia seguinte, o homem foi preso novamente mediante um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. O promotor Renato Bretz Pereira denunciou o assistente administrativo por 12 estupros.

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