(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Tesouro cultural é recuperado em Minas


postado em 05/02/2016 06:00 / atualizado em 05/02/2016 08:06

As imagens de São Miguel e de Nossa Senhora de Pentecostes foram devolvidas por um antiquário (foto: Divulgação/MPMG )
As imagens de São Miguel e de Nossa Senhora de Pentecostes foram devolvidas por um antiquário (foto: Divulgação/MPMG )
Minas recupera tesouros do seu patrimônio sacro e cultural depois de investigação iniciada em novembro pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em parceria com a Polícia Civil. Um antiquário de Tiradentes, na Região do Campo das Vertentes, entregou ontem, na delegacia local, duas imagens pertencentes à Capela do Espírito Santo, na zona rural de São Vicente de Minas, na Região Sul, e partes do altar e outros objetos da Capela de Nossa Senhora da Conceição, na comunidade de Noruega, em Caltas Altas da Noruega, na Região Central. O empresário, cujo nome não foi divulgado, informou que teria adquirido as peças de três homens, que estão presos desde o dia 24.

Segundo o coordenador das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais (CPPC/MPMG), Marcos Paulo de Souza Miranda, que está à frente da investigação, pode fazer parte do grupo um restaurador de peças sacras, pois em vários objetos foi identificada a presença de prospecção ou janela, procedimento feito por especialistas, com retirada de uma camada de tinta, para verificar se há outra por baixo.

O promotor explicou que, da Capela do Espírito Santo de São Vicente de Minas, foram entregues as imagens de São Miguel e de Nossa Senhora de Pentecostes, enquanto da Capela de Nossa Senhora da Conceição, na comunidade de Noruega, em Caltas Altas da Noruega, o sacrário, o entalhe do altar, crucifixo e pratarias. “A participação da Polícia Civil de Conselheiro Lafaiete e de Tiradentes está sendo muito importante e estamos trabalhando em sintonia”, disse.

(foto: Divulgação/MPMG )
(foto: Divulgação/MPMG )
Como se trata de regiões próximas, Marcos Paulo acredita que os furtos podem estar relacionados a outros mais antigos, como as portas de uma igreja de Prados, o cemitério de Boa Morte, em Belo Vale, e a imagem de Santo Antônio, do fim do século 18, no distrito de Zito Soares, em Santa Cruz do Escalvado, na Zona da Mata. “Antes, os furtos em igrejas, capelas e museus eram feitos, na maioria, por quadrilhas de São Paulo, e, agora, por gente de Minas, já que o trio é de Dores de Campos, na Região Central, a 205 quilômetros de Belo Horizonte”, afirmou.

ENTREGA Marcos Paulo destacou ainda a determinação e sensibilidade de um zelador, que também é motorista de caminhão, de São Vicente de Minas. “Em 21 de janeiro, o zelador anotou a placa de um veículo Fiat cinza, que estava rondando a Capela do Espírito Santo e, ao ver o zelador, fugiu em disparada. Pois ele comunicou à Polícia, que verificou ser o mesmo carro usado no assalto na zona rural de Catas Altas da Noruega. Daí ser muito importante esse zelo pelo patrimônio”, afirmou.

Ao entregar as peças, ontem, o antiquário informou à Polícia Civil que teve a iniciativa ao ler, no Estado de Minas, a matéria sobre o furto em Catas Altas da Noruega e posterior detenção dos três suspeitos. Eles foram presos em flagrante depois de arrombar, na noite de 23 de janeiro, a Capela de Nossa Senhora da Conceição. Segundo as apurações, o trio esteve no local no dia 20, quando levou parte do altar e depois retornou para buscar os demais objetos. Assim, parte foi recuperada e parte vendida ao antiquário de Tiradentes. De acordo com a Polícia Militar de Catas Altas da Noruega, os suspeitos estavam em um veículo Fiat Uno, no qual foram encontradas as imagens sacras e algumas madeiras rústicas que teriam sido arrancadas do retábulo.

Situada no alto de um morro, a Capela de Nossa Senhora da Conceição é uma típica construção, em localidade rural, do século 18, simbolizando um dos principais monumentos do município. O singelo templo é cercado por um cemitério e um muro de pedras erguido ainda no período colonial. De fachada simples com duas janelas e uma grande porta principal, a arquitetura remete às primeiras capelas do estado. O interior é adornado com barrados e pinturas, e o altar-mor tem entalhe em madeira. No entorno da capela existia uma propriedade onde morava Dona Euzébia, fundadora da cidade de mesmo nome.

PARA DENUNCIAR

Quem tiver informações sobre peças desaparecidas pode acionar:
Ministério Público de Minas Gerais

E-mail: cppc@mpmg.mp.br e telefone (31) 3250-4620. Pode também enviar correspondência para Rua Timbiras, 2941, Bairro Barro Preto, Belo Horizonte.

Iphan

Para obter ou dar informações, basta acessar o site www.iphan.gov.br e verificar o banco de dados de peças desaparecidas. Denúncias anônimas podem ser feitas pelo telefone (61) 2024-6342 2024-6355 2024-6370, telefone do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização (Depam) e pelo e-mail depam@iphan.gov.br

Iepha/MG

Pelo site www.iepha.mg.gov.br ou pelo telefone (31) 3235-2812 ou 2813


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)