Segundo o coordenador das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais (CPPC/MPMG), Marcos Paulo de Souza Miranda, que está à frente da investigação, pode fazer parte do grupo um restaurador de peças sacras, pois em vários objetos foi identificada a presença de prospecção ou janela, procedimento feito por especialistas, com retirada de uma camada de tinta, para verificar se há outra por baixo.
O promotor explicou que, da Capela do Espírito Santo de São Vicente de Minas, foram entregues as imagens de São Miguel e de Nossa Senhora de Pentecostes, enquanto da Capela de Nossa Senhora da Conceição, na comunidade de Noruega, em Caltas Altas da Noruega, o sacrário, o entalhe do altar, crucifixo e pratarias. “A participação da Polícia Civil de Conselheiro Lafaiete e de Tiradentes está sendo muito importante e estamos trabalhando em sintonia”, disse.
ENTREGA Marcos Paulo destacou ainda a determinação e sensibilidade de um zelador, que também é motorista de caminhão, de São Vicente de Minas. “Em 21 de janeiro, o zelador anotou a placa de um veículo Fiat cinza, que estava rondando a Capela do Espírito Santo e, ao ver o zelador, fugiu em disparada. Pois ele comunicou à Polícia, que verificou ser o mesmo carro usado no assalto na zona rural de Catas Altas da Noruega. Daí ser muito importante esse zelo pelo patrimônio”, afirmou.
Ao entregar as peças, ontem, o antiquário informou à Polícia Civil que teve a iniciativa ao ler, no Estado de Minas, a matéria sobre o furto em Catas Altas da Noruega e posterior detenção dos três suspeitos.
Situada no alto de um morro, a Capela de Nossa Senhora da Conceição é uma típica construção, em localidade rural, do século 18, simbolizando um dos principais monumentos do município. O singelo templo é cercado por um cemitério e um muro de pedras erguido ainda no período colonial. De fachada simples com duas janelas e uma grande porta principal, a arquitetura remete às primeiras capelas do estado. O interior é adornado com barrados e pinturas, e o altar-mor tem entalhe em madeira. No entorno da capela existia uma propriedade onde morava Dona Euzébia, fundadora da cidade de mesmo nome.
PARA DENUNCIAR
Quem tiver informações sobre peças desaparecidas pode acionar:
Ministério Público de Minas Gerais
E-mail: cppc@mpmg.mp.br e telefone (31) 3250-4620. Pode também enviar correspondência para Rua Timbiras, 2941, Bairro Barro Preto, Belo Horizonte.
Iphan
Para obter ou dar informações, basta acessar o site www.iphan.gov.br e verificar o banco de dados de peças desaparecidas. Denúncias anônimas podem ser feitas pelo telefone (61) 2024-6342 2024-6355 2024-6370, telefone do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização (Depam) e pelo e-mail depam@iphan.gov.br
Iepha/MG
Pelo site www.iepha.mg.gov.br ou pelo telefone (31) 3235-2812 ou 2813.