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Estado de Minas

Pelo menos 10 pontes em distritos de Mariana foram destruídas por lama de barragem

Prazo para a recuperação pode ir além dos 50 dias prometidos


postado em 20/11/2015 06:00 / atualizado em 20/11/2015 07:31

Recuperação de estrutura no Rio Gualaxo, em Paracatu de Cima: comunidades com dificuldade de acesso a escolas e postos de saúde (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Recuperação de estrutura no Rio Gualaxo, em Paracatu de Cima: comunidades com dificuldade de acesso a escolas e postos de saúde (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Mariana –
Pelo menos mais 50 dias é o prazo que a população dos distritos de Mariana e demais comunidades da região afetados pela lama da Barragem do Fundão terão de esperar para ter os acessos viários restabelecidos. Por causa da enxurrada de rejeitos, 10 pontes nessas localidades foram destruídas e a ligação entre os povoados está bloqueada. A reconstrução será feita pela mineradora Samarco, que estipulou o tempo no início da semana e já deu começo à instalação da primeira estrutura, entre o distrito de Paracatu de Cima e os de Águas Claras e Cláudio Manoel. Mas, mesmo com as primeiras intervenções e o estabelecimento da meta por parte da empresa, a expectativa da Prefeitura de Mariana é de que a estimativa, que termina em meados de janeiro, precise ser estendida por causa das condições climáticas. No fim da tarde de ontem, por exemplo, foi registrada uma forte chuva no município.

“Acho que não será possível cumprir esse prazo, tendo em vista que tem chovido na região e as estradas não são pavimentadas, o que dificulta o acesso aos distritos, especialmente com caminhões e peças pesadas”, afirma o secretário de Transportes, Marco Antônio Gonçalves. Por causa do bloqueio ocasionado pela queda das pontes, comunidades inteiras estão tendo dificuldades nas atividades do dia a dia e também nos atendimentos de saúde e educação.

De acordo com assessor técnico de governo, Israel Quirino, 387 alunos estão sem aula por causa da impossibilidade de acesso. Após a construção da ponte entre Paracatu e Águas Claras, parte desses meninos volta a estudar. A previsão é de que a estrutura fique pronta até a semana que vem, segundo funcionários da empresa que trabalham na implantação da ponte. Uma passagem provisória foi feita com uso de manilhas, mas, com a força da água do rio e com as chuvas do fim de semana, não se mostrou segura para o transporte dos estudantes.

O atendimento de saúde, segundo ele, vem sendo prestado aos moradores dessas localidades em Mariana, passando por um distrito que cruza a cidade de Alvinópolis. “O problema é que transportar tantos estudantes seria um processo dispendioso e extremamente cansativo para os alunos, já que são 72 quilômetros a mais de estrada de terra”, avalia o assessor. Ele ainda estima que o valor inicial de R$ 100 milhões, calculado pela Samarco, não será suficiente para repor todas as estruturas. Toda a despesa será de responsabilidade da mineradora.

No dia da tragédia, ficaram também destruídas em Mariana as pontes que ligam os povoados de Camargos e Bento Rodrigues; Monsenhor Horta e Ponte do Gama; Paracatu de Baixo a Águas Claras e Campinas (conhecida como ponte do Bucão); além da ligação entre Campinas e Barretos. No percurso até a cidade vizinha de Barra Longa foram mais cinco dessas passagens levadas pela enxurrada.

TRINCHEIRAS Além do problema das pontes, moradores da zona rural enfrentam outro agravante para se deslocarem. É que, com as estradas tomadas de lama, a alternativa para liberar as vias foi abrir caminho em meio ao barro dos rejeitos, que permanece amontoado nas duas margens das estradas. “É muita lama. Muita mesmo. As estradas estão entrincheiradas, com todo o escoamento de água comprometido e sem espaço nenhum para parada de veículos às margens”, aponta o secretário Marco Antônio Gonçalves.

Questionado sobre quando toda essa lama será retirada e para onde ela será levada, o representante do setor de transportes de Mariana não tinha respostas: “Essas são perguntas que eu faço todos os dias. A Samarco está com muitas máquinas trabalhando na região, mas é lama demais. Além disso, tem o agravante da chuva, que é necessária, mas, neste contexto, complica a situação um pouco mais”, afirmou o secretário.


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