Jornal Estado de Minas

Polícia faz coleta de material genético de 10 familiares das vítimas desaparecidas em MG

A Policia Civil coletou pela manhã material genético dos familiares de 10 das vítimas desaparecidas pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. A informação é do Corpo de Bombeiros, em boletim divulgado no começo da noite desta segunda-feira. Parentes de duas vítimas não compareceram e serão convocados para ceder o material para ajudar na identificação de corpos por meio de exame de DNA. Quatro mortos aguardam pelo reconhecimento oficial.

À tarde, o delegado Rodrigo Bustamonte já havia confirmado a adoção do procedimento junto aos familiares dos 12 desaparecidos, nove pessoas que prestavam serviço para a mineradora Samarco e três moradores de Bento Rodrigues. Bustamonte participou de audiência pública em um teatro no Centro de Mariana, que ficou lotado de famílias atingidas, moradores e autoridades.

Segundo o delegado, as investigações continuam para chegar as causas da tragédia. Cinco peritos estão na cidade para apurar o que levou ao rompimento das duas barragens. "Será um inquérito árduo e com muitos elementos para serem colhidos.

Vamos fazer uma apuração rigorosa", afirmou.

Bustamonte disse que já solicitou ao Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran) a isenção para os moradores que perderam documentos de veículos e terão que solicitar a segunda via.

Durante o encontro, o promotor Guilherme Meneghim, da Promotoria de Direitos Humanos de Mariana, explicou que pediu o bloqueio de R$ 300 milhões da Samarco para garantir o direito dos moradores. "Prefiro que o dinheiro não seja usado e a empresa cumpra com suas medidas", disse.

De acordo com o promotor, se os moradores forem novamente levados para uma comunidade e tenham "a dignidade recuperada" o dinheiro pode ser resgatado novamente. "O importante agora são as pessoas. Todos precisam de todos nós", comentou.

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