Jornal Estado de Minas

"Multas são irrisórias", diz coordenador da comissão criada pela Câmara para acompanhar o desastre ambiental de Mariana

O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Sarney Filho (PV-MA), disse hoje em Belo Horizonte que as multas aplicadas pelo Ibama à Samarco, cujos donos são a Vale e a BHP Biliton, são “irrisórias”. Sarney Filho, que coordena a comissão externa da Câmara dos Deputados - que vai acompanhar o desastre ambiental em Mariana que soterrou um distrito, matando pessoas e contaminando toda a bacia do Rio Doce – comparou os valores aplicados pelos Estados Unidos à petrolífera britânica BP, multada em cerca de 20,8 bilhões de dólares pelo desastre natural causado pela explosão de uma de suas plataformas no golfo do México, em 2010.

A comissão esteve hoje na Assembleia Legislativa se reunindo com os parlamentares do grupo comissão estadual, também criado para acompanhar o desastre, depois seguiu para o Palácio Tiradentes, para um encontro com o governador Fernando Pimentel e de lá seguiria para Governado Valadares,uma das cidades da bacia do Rio Doce, atingidas pelo rompimento das barragens de Mariana. Segundo Sarney Filho, depois do rompimento da barragem em Mariana o Brasil precisa repensar esse tipo de estrutura de contenção de rejeitos da mineração.

O próprio relator do Código da Mineração, deputado federal Leonardo Quintão (PMDB) que teve boa parte de sua campanha em 2014 patrocinada pelas mineradoras, já admite que o texto com as novas regras para o setor terão que ser alteradas. Segundo ele, o texto, que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quer votar ainda essa semana com urgência, tem que incorporar a obrigatoriedade de um seguro de danos, que vai além do seguro ambiental. Ele alega que as grandes empresas já possuem esse seguro, mas que ele deverá ser estendido a todos e terá regras mais rigorosas.


Veja imagens da trinca descoberta na barragem
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