Jornal Estado de Minas

Prefeito de Mariana quer R$ 500 milhões da Samarco para vítimas de tragédia ambiental

O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, defendeu, nesta sexta-feira, a criação de um fundo pela Samarco para assistência às vítimas da tragédia de Mariana. De acordo com Duarte, com a medida, seria possível arrecadar de R$ 500 milhões a R$ 1 bi para reparar os danos causados pelo rompimento das barragens do Fundão e de Santarém, ambas da empresa.

O desastre ambiental deixou pelo menos seis mortos e 19 desaparecidos, além de um rastro de destruição nos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo.

O prefeito comentou sobre o encontro com a presidente Dilma Rousseff, que visitou nesssa quinta-feira as áreas atingidas pelo desastre ambiental. O governo federal anunciou que vai criar um conselho envolvendo seis ministérios, entre eles, os da Integração Nacional, da Justiça e o da Cultura, para realizar um levantamento dos prejuízos junto com a prefeitura e o estado.

Apesar do encontro com a presidente, o prefeito reinvindica mais ações por parte da União, como a renúncia do recebimento de parte da CFEM, imposto pago pelas mineradoras. Parte do tributo cabe ao governo federal e ao estado e Duarte defende que 100% dos valores fiquem com o município.

A respeito da multa de R$ 250 milhões aplicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)  à Samarco, o chefe do Executivo municipal se mostrou favorável à punição, entretanto ponderou que o valor vai para os cofres da União.

"Eu percebi que o governo federal vai procurar a sua parte na indenização. O município vai lutar muitos pelas famílias afetadas.  As pessoas aqui me cobram uma resposta para quem foi que foi drastiacamente afetado", disse.

Duarte Júnior entende que a Samarco dever arcar com as despesas dos estragos, porém ponderou que a empresa deve continuar operando na cidade, uma vez que cerca de 80% dos recursos da cidade são oriundos da mineração.

MINERADORA O coordenador sócio-institucional da Samarco, Estaneslau Klein, afirmou que a criação do fundo de amparo às vitimas da tragéida ambiental foi proposta pela Vale e pela anglo-australiana BHP Biliton, controladoras da Samarco. Para o executivo, antes de a proposta ser colocada em prática, será preciso estabelecer um plano de médio e longo prazos. Klein vê a necessidade de discutir a medida com os moradores, além da gestão do fundo.

Estaneslau Klein informou ainda que as recomendações do Ministério Público à mineradora para a garantia os direitos das vítimas serão apresentadas ao órgão nesta sexta-feira, último dia do prazo estabelecido pelo MP. Entre as ações recomendadas pela Promotoria, está o pagamento de um salário mínimo por mês a cada família atingida.

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