"Não sabemos mais o que fazer". Este é o desabafo de Junia Cristina Pereira, que vê o quadro de saúde do seu pai piorar a cada dia que passa por conta da demora na marcação de sua cirurgia. Ela diz que Joaquim Francisco Pereira, de 66 anos, sofre constantemente com crises de dor intensa, devido a um problema na pâncreas. Sempre que a família precisa interná-lo, o idoso recebe injeções e é liberado pelos médicos, que alegam falta de vagas nas unidades de saúde do município. Enquanto lida com esta situação, Joaquim aguarda pelo dia em que seu nome será chamado na fila de espera por uma cirurgia.
De acordo com a família, o idoso foi internado pela primeira vez no fim de maio deste ano, quando deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Teresópolis, em Betim. O quadro foi diagnosticado pelos médicos como um problema de pedra na vesícula, situação que causa muitas dores ao paciente. "O problema é que os funcionários da UPA nos falaram que não havia vagas na unidade e que o município de Betim praticamente não estava fazendo cirurgias, pois a fila de espera era muito grande", disse Junia Cristina Pereira.
Entre idas e vindas de casa para a UPA Teresópolis, Joaquim Francisco precisou ser internado novamente em 31 de outubro.
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Polícia Civil encontra mansão de traficante em Ribeirão das Neves, na Grande BHDilma sobrevoa área do desastre em Mariana uma semana após rompimento de barragens População de Bento Rodrigues decide continuar em hotéis de MarianaBombeiros ainda não têm previsão para usar máquinas em buscas em MarianaO em.com.br entrou em contato com a prefeitura de Betim, que disse que Joaquim Francisco Pereira passou por atendimento médico com um clínico geral e um cirurgião, foi medicado e realizou exames de ultrassom. Desta forma, foi constado, por meio dos exames e avaliação médica, que o paciente necessita de intervenção cirúrgica.
Entretanto, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Teresópolis não realiza o tipo de procedimento necessário. Após o atendimento, o paciente foi encaminhado para o agendamento da cirurgia.
A secretaria de saúde de Betim confirmou à reportagem que o procedimento ainda não foi realizado devido a grande demanda por cirurgias eletivas, e que há déficit de leitos em toda a região. O Hospital Público Regional, por exemplo, tem realizado, em média, 1.600 cirurgias por mês, e tem atendido a um grande número de pacientes de outras cidades, pois, segundo a secretaria, Betim é referência para mais 13 municípios.
A prefeitura de Betim informou ainda que devido ao número elevado de atendimentos e procedimentos, a secretaria está priorizando o atendimento de pacientes agudos e dos casos de urgência..