Jornal Estado de Minas

Resultado do exame de paciente com suspeita de ebola deve sair nesta quinta-feira


O paciente que foi internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Pampulha, em Belo Horizonte, com suspeita de infecção de ebola foi transferido ontem para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). O resultado do exame de sangue que indicará se ele está contaminado com o vírus deve sair no fim do dia de hoje. Depois, será feita uma contraprova. O homem, que é brasileiro e tem 46 anos, estava em Guiné, na África, e começou a sentir sintomas da doença dois dias depois de retornar ao Brasil. Ele só procurou atendimento na noite de terça-feira. A UPA Pampulha foi reaberta às 17h de quarta-feira. De acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Castro, “todas as medidas cabíveis para evitar qualquer problema foram tomadas”. Segundo ele, não há motivos para preocupação.

O homem encontra-se isolado e recebendo acompanhamento médico na capital fluminense.
Ele chegou de Guiné em 6 de novembro. Dois dias, no domingo, teve febre alta, dor muscular e dor de cabeça. Às 20h de terça-feira, ele procurou a UPA. Segundo o Ministério da Saúde, quando foi verificada a suspeita de contaminação por ebola, o paciente foi isolado e a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e o governo foram avisados sobre o caso. Essas medidas estão dentro do protocolo nacional estabelecidos para esse tipo de situação.

Por volta das 13h20 de ontem, o homem deixou a unidade de saúde e foi levado de ambulância para o Hospital Eduardo de Menezes, localizado no Bairro Bonsucesso, na Região do Barreiro. Na transferência, os funcionários usaram roupas especiais para evitar qualquer contágio. Todos os pacientes e profissionais da unidade que tiveram contato com o homem foram orientados e estão sendo monitorados pela SMSA.
Uma equipe do Estado de Minas esteve na UPA Pampulha às 14h e encontrou a unidade fechada. Segundo um dos funcionários, que não quis se identificar, os atendimentos estavam sendo direcionados para outros locais, como o Hospital Odilon Behrens.

O funcionário afirmou apenas que o homem suspeito de ter contraído o vírus ebola deu entrada na terça-feira se sentindo mal e foi necessário isolar toda a unidade. Um homem identificado como Márcio e que procurava a mãe, internada na UPA, se assustou com a notícia de transferência dos pacientes para outras unidades de saúde da capital. “Fiquei sabendo que ela foi transferida para a Santa Casa e fiquei um pouco assustado, uma vez que até os mais graves, como ela que estava no CTI, tiveram de sair daqui”, comentou.

MEMÓRIA Outros casos suspeitos da doença já foram registrados em Minas Gerais, mas nenhum confirmado. A Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Norte em Juiz de Fora, na Zona da Mata, ficou fechada por cinco horas em abril, situação que causou pânico entre os moradores depois que o paciente, que seria da cidade e havia chegado recentemente de uma viagem para Angola, fugiu após receber cuidados médicos. A SES, à época, descartou a doença e informou que o morador tinha sintomas de dengue e malária. Em outubro do ano passado, um paciente deu entrada no Hospital São Sebastião, em Viçosa, também na Zona da Mata, com sintomas da doença. Ele chegou a ficar isolado por quatro horas.
No entanto, tratava-se de um alarme falso e a suspeita foi descartada pelas secretarias de Saúde do estado e do município. Em novembro, um susto similar ocorreu em Belo Horizonte. Um chileno de 41 anos desembarcou no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, vindo de Salvador. Ele passou mal durante a viagem e informou aos comissários de bordo a suspeita de estar com ebola. Imediatamente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi acionada e, quando a aeronave pousou, uma equipe já estava a postos para entrar no avião. A doença foi logo descartada. O que era ebola se transformou numa simples diarreia.

(Colaboraram Guilherme Paranaiba e Cristiana Andrade)
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