Centenas de pessoas estão presentes na Praça da Sé, em Mariana, para acompanhar a missa, presidida pelo arcebispo da cidade, dom Geraldo Lyrio Rocha, em intenção das almas das vítimas da tragédia com o rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, no Distrito de Bento Rodrigues. Uma semana após o desastre, já foram resgatados os corpos de oito vítimas - seis já foram identificados e dois ainda aguardam reconhecimento.
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Missa de sétimo dia em MarianaIbama multará Samarco em R$ 100 milhões Comunidade indígena reivindica solução devido à contaminação de 'rio sagrado'"Ninguém dorme ou come direito. Só chora", diz parente de desaparecidoPrefeitura de Mariana estima danos materiais em R$ 100 milhõesPapa Francisco nomeia bispo auxiliar para a Arquidiocese de Belo HorizonteMaria do Carmo Sena da Silva, de 40 anos, foi a missa para agradecer a Deus por ela, o marido e os seis filhos terem se salvado do mar de lama que levou sua casa com tudo dentro em Paracatu. A filha Lucineia Cristina, de 11 anos, a acompanhava.
"Os vizinhos gritaram e conseguimos sair correndo da lama. Tudo que a gente tinha foi destruído, mas estamos vivos e isso para mim é um milagre. Vim para agradecer a Deus e pedir conforto para os parentes daqueles que morreram e que estão desaparecidos", disse Maria do Carmo. Um altar coberto foi montado do outro lado da praça diante da igreja.
Após a celebração, dom Geraldo se mostrou muito emocionado e pediu que as famílias continuem conservando a fé, "sem cair no desespero, nem partir para a revolta".
Quanto às negociações para serem indenizados, dom Geraldo pediu haja união entre as famílias atingidas. "É preciso, que elas sejam feitas de modo coletivo. E que as decisões a serem tomadas sempre sejam debatidas, partilhadas com os diretamente interessados, que são os atingidos. Para isso é preciso que els estejam integrados, articulados e que se procure chegar a acordos coletivos" aconselhou.