Hepatite A, leptospirose e diarreia. Estes são alguns dos riscos que atingem quem que teve contato com a água contaminada pela lama que desceu das duas barragens da mineradora Samarco, em Bento Rodrigues e invadiu o Rio Doce, que abastece cidades em Minas Gerais e no Espírito Santo.
Leia Mais
Água em Governador Valadares só dura mais um diaDuas pessoas que estavam desaparecidas são encontradas em MarianaSegurança em grandes mineradoras ganha atenção após desastre em MarianaRepórter do Estado de Minas entra na 'zona quente' e acompanha trabalho dos bombeirosPrefeitura de Mariana pede que doações continuem Bombeiros reviram os destroços na procura de vítimas em MarianaMariana já recebeu cerca de 10 toneladas de doações Buscas por vítimas de tragédia em Mariana entram no quarto diaCorpo encontrado em Mariana é de caminhoneiro que trabalhava em mineradoraBuscas por desaparecidos em Bento Rodrigues desafiam bombeirosMinistério Público e OAB preveem punições pelo rompimento das barragens em MarianaVítimas da tragédia em Mariana levam vida improvisada em hotéisNa opinião da especialista, quem teve contato mais próximo com a lama corre maior perigo, principalmente por causa de lesões. “É difícil mensurar a exposição que ocorreu durante o resgate, mas a contaminação pode ocorrer também através de mucosas, além de feridas. As pessoas têm que ser vacinadas contra tétano.”
Segundo ela, para a população que vive mais distante do acidente, o risco permanece. “Como pode haver contaminação dos sistemas de tratamento, o ideal é que as pessoas que vivam próximas ao rio tomem água fervida ou mineral.”
Também infectologista, Carlos Starling, membro da Sociedade Mineira de Infectologia, afirma que o tipo de problema relacionado com o contato com a lama e a água vai depender “do tipo de resídio que houver”. “A ingestão de produtos químicos pode levar a intoxicações as mais diversas. Além disto, a lama está pegando tudo, e se o sistema de esgoto é comprometido, você tem as contaminações provocadas por microorganismos de vida livre, como salmonela.”
Silvana de Barros Ricardo chama a atenção também para plantações ribeirinhas, caso sejam recuperadas.
Médico sanitarista, professor e ambientalista, Apolo Heringer-Lisboa fala também dos riscos dos seres que vivem no curso de um rio. “Vai haver uma mortandade enorme de peixe, pássaros e animais terrestres que bebem da água do rio. Não podemos pensar só no ser humano, mas em todas as espécies.”
.