Jornal Estado de Minas

Moradora de Mariana procura marido que trabalhava na barragem

“Não tenho nenhuma notícia sobre o meu marido, que estava trabalhando no ponto mais crítico da barragem”, afirma Jaqueline Aparecida Dutra, levando para todo lado o bebê do casal, de apenas 4 meses. O marido, o metalúrgico Vando Maurílio dos Santos, de 38 anos, havia voltado recentemente ao trabalho, pois conseguira licença da empresa para acompanhar de perto o desenvolvimento do filho, que nasceu prematuro e passou os três primeiros meses de vida em uma incubadora.

Nesta sexta-feira, mãe e filho andavam desesperados por Mariana, visitando uma a uma as portarias das empresas prestadoras de serviço, encarregadas de reforçar a barragem construída pela Samarco, que se rompeu nesta quinta-feira. “Bati de porta em porta, mas não consegui respostas. Tenho mais informações do que eles”, lamentou a mulher, que montou uma rede informal de amigos na cidade para tentar descobrir o paradeiro de Vando. Até o presidente do sindicato Metabase Mariana, Ronaldo Bento, estava mobilizado para tentar aliviar a aflição de Jaqueline, sua amiga de infância.

Sem jamais perder as esperanças, Jaqueline contou que os dois números de telefone celular do marido estavam caindo na caixa postal. Ela, entretanto, negou que Vando tivesse reclamado de possíveis problemas no processo de construção da barragem: “Pelo contrário. Ele ficava espantado de ver que o trabalho era muito bem feito e achava que as obras poderiam terminar antes do prazo previsto para a empreitada. A empresa reforçou a equipe para trabalhar em dois turnos tentando acabar a obra antes da temporada de chuvas”..