Jornal Estado de Minas

Barragem que se rompeu passava por obras, afirma Samarco


A empresa Samarco confirmou em coletiva na tarde desta sexta-feira que uma obra para aumentar a capacidade de uma das represas acontecia no momento do rompimento em Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. Porém, afirmou ainda que não tem explicação para a tragédia e que uma investigação foi aberta para checar as causas. Já foi confirmada uma morte e o desaparecimento de pelo menos 13 funcionários que trabalhavam para a empresa. Número de moradores que ainda não foram encontrados está sendo computado pela Defesas Civil do município.

De acordo com o presidente da empresa, Ricardo Vescosi, o rompimento da primeira barragem ocorreu por volta das 15h e que todos os procedimentos do plano de emergência foram realizados. “Entramos em contato com as autoridades, conforme o plano. Em seguida, tivemos o rompimento da Santarém (segunda barragem), que é de água e fica após a barragem de Fundão. Esse rompimento da barragem de rejeitos, em seguida, provoca uma onda que se propaga e atinge a comunidade de Bento Rodrigues”, explica.


No momento do acidente, operários de empresas terceirizadas e da Samarco faziam obras no local. O presidente confirmou que 13 trabalhadores seguem desaparecidos. Eles realizavam um serviço para aumentar a capacidade da represa. “A obra é natural para operações de rotinas da barragem e o alteamento da barragem de Fundão, que é um alteamento licenciado dentro de todos os protocolos do Estado de Minas Gerais”, disse.

O presidente também informou que as operações aconteciam sem nenhum impedimento. “Importante relatar que essas operações das barragens de Fundão e Santarém são regulares, licenciadas, monitoradas dentro do melhor padrão que a gente conhece, dentro do que a técnica preconiza”, comentou.

A empresa já abriu um procedimento de investigação para tentar chegar até as causas da tragédia.
“Não temos condições de afirmar nada neste momento. Estamos inciando o processo de investigação técnica para chegar as causas”, afirmou o Germano Silva, gerente-geral de projetos e coordenador do plano de ações emergenciais da Samarco.

Segundo o gerente, no momento do rompimento das barragens, funcionários estavam construindo um dreno interno em uma das estruturas. “A obra que esta sendo feita é uma preparação para o alteamento da barragem. A barragem é alteada com próprio rejeito. Ela possui licenciamento e atende as normas técnicas brasileiras e internacionais. No momento, estávamos construindo um dreno interno”, comentou. .