Moradores do Bairro Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte, fazem um protesto diferente hoje de manhã na Praça Duque de Caxias, que será enfeitada com muitas flores. A manifestação é contra uma ação da fiscalização da Prefeitura de Belo Horizonte que, em junho, apreendeu todas as flores de Carlos Geraldo Ferreira, de 54 anos, que trabalhava como florista no bairro há 24 anos, e o proibiu de continuar exercendo a atividade com a qual ele sustentava a família. A apreensão ocorreu na antevéspera do Dia dos Namorados, e Carlos teve todo o estoque de flores que carregava em um carrinho confiscado pela PBH, sob o argumento de que a venda de rosas, violetas e outras espécies é uma atividade que não é passível de licenciamento nas ruas da cidade.
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Preocupado com o futuro de Carlos, o produtor cultural Pedro Martins, de 45, nascido e criado em Santa Tereza, organizou pelo Facebook a manifestação programada para hoje na Praça Duque de Caxias. “O Carlos era conhecido da minha avó e já vendia flores para ela. Ele virou praticamente um patrimônio do bairro, porque muita gente o conhece, não faz mal para ninguém e também não obstrui a passagem de ninguém.
Em nota, a Regional Leste informa que, segundo o Código de Posturas de BH, a atividade de vendedor de flores não é passível de licenciamento e considerada ilegal, portanto, sujeita a apreensão. “Ressaltamos que a ação de apreensão das flores foi rotineira, sendo apreendidos diversos produtos como CDs, DVDs e demais irregularidades constatadas pelos fiscais. No caso das flores, é possível reaver o material e para isso é necessário ir à sede da Regional Leste, localizada na Rua Lauro Jaques, 20, Bairro Floresta, e pagar a multa, que varia de R$ 671,86 a R$ 1.612,50”, diz o texto encaminhado pela regional..