Jornal Estado de Minas

Família de homem morto na Serra do Rola-Moça critica aumento da violência

Willaim foi baleado ao reagir a um assalto - Foto: Reprodução/Facebook
“Pelos inúmeros casos que estão acontecendo, a polícia está de mãos amarradas. Em cada 10 casos ela, consegue resolver, talvez, um ou dois, porque as coisas estão complicadas”. A crítica à violência foi feita pelo desenhista Carlos Roberto Avelino, de 68 anos, tio e padrinho do técnico em telefonia e TV a cabo William Avelino Souza, de 30, morto quando passeava com a namorada no mirante no Parque Estadual do Rola-Moça. O corpo da vítima foi enterrado na manhã desta sexta-feira no Cemitério da Paz. A namorada da vítima, a operadora de caixa D.K.S.M., de 20, estuprada e jogada em um barranco pelo criminoso, compareceu ao sepultamento. A polícia ainda não tem pistas do assaltante.

Parentes e amigos ainda tentam entender o que aconteceu. “Sou padrinho dele, ajudei a criar na medida do possível.
Mas, chega uma certa idade que foge do controle. As pessoas têm a autonomia de fazerem o que querem e ele também tinha essa autonomia de sair e voltar a hora que quisesse. Porém, aconteceu essa tragédia que ninguém esperava”, afirmou Carlos Avelino.

O tio da vítima afirmou que não sabe o que o sobrinho foi fazer em um local deserto. “Não estava no lugar certo. Era um local ermo e, pelo horário, devia estar em Belo Horizonte próximo da família. Não sei o que aconteceu para ir até lá”, comentou.
O desenhista espera pela prisão dos criminosos e diz que só com o tempo vai perdoar os autores do homicídio. “Espero que a família dele possa estar se sentindo no nosso lugar. Só Deus pode perdoá-lo. Nós vamos tentar fazer isso”, disse.

Os familiares criticaram a violência na região metropolitana de Belo Horizonte e as leis do país, que favorecem os criminosos, segundo eles. “Existe a lei do desarmamento e as pessoas de bem não conseguem ficar armadas, justamente por causa disso. Os bandidos, assaltantes e malfeitores estão todos armados. Não é só minha família que vai sofrer hoje, todos nós estamos a mercê disso, amanhã, depois, muita gente vai chorar”, desabafou Avelino.


O assassinato

O crime aconteceu quando D. e o namorado estavam dentro de um Peugeot 206 no mirante da serra e foram surpreendidos por um homem armado, que bateu no vidro do veículo e anunciou o assalto. Willian tentou reagir e arrancar o carro, mas acabou baleado. A garota foi agredida, estuprada e asfixiada. Em seguida, foi empurrada em um barranco e jogada morro abaixo.

Mesmo assim ela conseguiu retornar ao mirante e foi socorrida por um tenente da Polícia Militar que comandava o policiamento na área do 48º Batalhão. Dois celulares que estavam no veículo do casal foram levados.

A mulher foi encaminhada ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, onde recebeu um primeiro atendimento médico e depois foi levada à Maternidade Odete Valadares, fez exames e também recebeu atendimento psicológico. .