Jornal Estado de Minas

Catedral Cristo Rei começa a ganhar forma


Depois de quase 100 anos, o sonho do primeiro arcebispo de Belo Horizonte, Dom Antônio dos Santos Cabral, começa finalmente a ganhar forma. Os trabalhos de implantação das fundações e contenções da Catedral Cristo Rei, que está sendo erguida em um terreno de 24 mil metros quadrados às margens da Avenida Cristiano Machado, no Bairro Juliana, Região Norte, foram concluídos. Os pilares e paredes da Acolhida Solidária Dom Luciano Mendes de Almeida já estão prontos. O espaço será no subsolo do templo para formação humana e espiritual, orientação e apoio, atendimento psicológico, farmácia alternativa e acolhimento dos mais pobres que chegam de outras cidades e não têm onde ficar. A base para o palco do teatro no subsolo também já está pronto. Ao todo, já foram gastos 8 mil metros cúbicos de concreto e cerca de 600 toneladas de aço.

A expectativa é de que a obra fique pronta em 2017, mas vai depender do volume de doações das pessoas, segundo o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo. “Não descarto essa possibilidade, pois o povo é generoso.
É uma obra de igreja e depende da contribuição de muitas pessoas dentro da possibilidade de cada um”, disse. No máximo, segundo ele, a catedral será inaugurada em 11 de fevereiro de 2021, quando será comemorado o centenário da arquidiocese de Belo Horizonte.

Ontem, o arcebispo apresentou o andamento da obra aos colaboradores ligados à indústria da comunicação, que ajudam nas campanhas publicitárias. Para ele, a construção vai resgatar o sentido genuíno de catedral e não apenas de um templo. “Templo é o coração da catedral, local de fé, do anúncio do evangelho, da espiritualidade. Catedral é lugar da arte, da cultura, da educação, dos serviços e do cuidado social. E isso tudo está contemplado dentro desta obra”, explica o arcebispo.

O projeto da catedral começou em 1922 com o arcebispo Dom Antônio dos Santos Cabral, que a planejou inicialmente onde hoje é a Praça do Papa, no Bairro Mangabeiras, Região Centro-Sul. Em 2005, Dom Walmor retomou o plano, que incluiu espaço para programas sociais dedicados aos pobres, à comunidade e à cultura.

Em 2005, o arcebispo encomendou o projeto ao arquiteto Oscar Niemeyer, que foi apresentado aos fiéis em 2011, com a benção da pedra fundamental. As obras começaram em 2013 com a sondagem do solo e terraplanagem.

O diretor de infraestrutura da Arquidiocese, engenheiro Rômulo Albertini Rigueira, apresentou a obra aos visitantes. Ele explicou que a catedral terá três pavimentos. Na parte de cima, que será 2 metros acima do nível da Avenida Cristiano Machado, será erguido o templo. Serão dois espaços grandes para celebrações. A estrutura sobre a nave terá 100 metros de altura, que são os pórticos da verdade e da justiça, simbolizados por mãos postas em oração. A nave da catedral terá capacidade para 5 mil pessoas. Do lado de fora será a Praça das Famílias, um espaço aberto, com altar e concha acústica, para até 15 mil fiéis.

Nos andares de baixo, a catedral vai oferecer espaços para todas as pastorais sociais da arquidiocese e a Acolhida Solidária, que ficará aberta 24 horas para receber pessoas necessitadas, como as que chegam do interior para tratamento médico e não têm onde ficar, fazer higiene pessoal, alimentar e descansar.

Também vai encaminhar dependentes químicos para tratamento.

Em 2011, teve início a campanha de captação de recursos para a construção da catedral. Já foram arrecadados 20% do valor total da obra, orçada em R$ 10 milhões. “Na medida que se compreenda a importância desta obra como uma obra que congrega a espiritualidade, a fé, a arte, cultura, comunicação, educação e o cuidado social, os corações se abrem para as doações”, disse Dom Walmor.  “A Catedral Cristo Rei se torna um monumento à fé cristã católica mineira. E, por isso, tenho dito a muitas pessoas, mostrando a razão de ajudar: O que o Cristo Redentor significa para o Rio de Janeiro, a Catedral Cristo Rei vai significar para Minas Gerais”, completou. Informações para doação pelos telefones (31) 3269-3100 e (31) 3319-6111.

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