Jornal Estado de Minas

Atropelamentos e batidas provocam 60% das mortes de crianças no trânsito

 

Mais da metade das mortes de crianças e adolescentes que acontecem no trânsito decorrem, em igual proporção, de atropelamentos e colisões em que a criança ou o adolescente era passageiro de um veículo. Os dados são do Datasus, Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SUS), subordinado ao Ministério da Saúde, e acendem a luz vermelha na Semana Nacional do Trânsito.



“Evitar o atropelamento é um dos principais objetivos, tendo em vista o alto índice nessa faixa etária”, afirma a coordenadora nacional da ONG Criança Segura, Gabriela Guida. Dados de 2013 mostram que 30% das mortes com crianças e adolescentes no trânsito foram resultado de atropelamento e outros 30% com a criança na condição de passageiro de um veículo. Em menor escala vêm acidentes com motocicletas (9%), bicicletas (6%) e outros (25%). No total, foram 1.791 mortes e 14.150 crianças e/ou adolescentes feridos.
Ainda segundo o Datasus, esse número representa 38% das mortes de crianças e/ou adolescentes vítimas de acidentes de modo geral no Brasil em 2013 (quedas, afogamentos etc.). O que põe o trânsito entre os vilões da mortalidade até os 14 anos.

Cadeirinha ficou intacta e salvou a vida de criança de 2 anos, depois de colisão frontal com carreta, na semana passada (foto: Polícia Militar Rodoviária/Divulgação)

As estatísticas realçam a importância de se prestar atenção a regras básicas com o uso das cadeirinhas e demais dispositivos de retenção infantil (bebê conforto até 1 ano de idade; cadeirinha, entre 1 e 4 anos; assento de elevação ou booster, de 4 a 7,5 anos). Na semana passada, o equipamento salvou a vida de uma criança de 2 anos na rodovia Marechal Rondon, em Botucatu (SP). A criança viajava com a mãe, que ficou gravemente ferida depois de bater de frente com uma carreta. O carro ficou totalmente destruído e a cadeirinha, intacta. A criança teve apenas escoriações.



TRAVESSIA SEGURA Também para tentar reduzir o triste índice de atropelamentos, a coordenadora da Criança Segura dá dicas importantes para a travessia, levando em conta as situações em que os atropelamentos mais acontecem. Ela lembra que a criança nunca deve atravessar sozinha, principalmente até os 10 anos, quando a visão periférica está completamente formada. Mesmo a partir dessa idade, é importante que só comece a atravessar sozinha depois de ter feito várias travessias na companhia de um adulto e tenha noção de pontos importantes como atravessar nas faixas e ter atenção aos semáforos de pedestres.

Confira as dicas preparadas pela ONG Criança Segura:

1- Manter guardado o telefone celular na hora de atravessar a rua;
2- Manter a cabeça erguida, olhando para frente, para não dispersar a atenção;
3- Atravessar sempre na faixa de pedestre e, se não houver faixa, priorizar as esquinas;
4- Ter atenção especial durante a noite, olhando nos olhos do motorista no momento da travessia para ter a certeza de ter sido visto (muitos atropelamentos acontecem quando está escuro entre 19h e 7h);
5- Priorizar as calçadas e, quando não houver, andar no sentido contrário dos veículos, também para ver e ser visto;
6- Nos cruzamentos, olhar para todos os lados;
7- Redobrar a atenção próximo a veículos fazendo manobra de ré, tanto na rua como em garagens ou estacionamentos.

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