Jornal Estado de Minas

Parceria entre PBH e Google vai permitir pesquisa das árvores de BH pela web


Rio de Janeiro –
Uma parceria da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) com o Google vai permitir aos belo-horizontinos e pessoas de qualquer lugar do mundo conhecer pela internet a identidade de cada uma das 485 mil árvores da capital mineira, incluindo espécie e todas as outras informações, como se fosse o prontuário médico de um paciente. “Estamos fazendo uma parceria com o Google, com reuniões permanentes, e precisamos completar o inventário das árvores. Nosso convênio com a Universidade Federal de Lavras (Ufla) termina em janeiro do próximo ano e, até lá, teremos o contrato para inventário de 300 mil árvores. Já estamos na de número 280 mil”, informou o vice-prefeito e secretário municipal de Meio Ambiente, Délio Malheiros, que participa do Congresso Internacional Cidades e Transportes, no Rio de Janeiro. O levantamento começou há dois anos.


De acordo com Délio, a parceria com o Google está sendo feita, mas o município vai arcar com algum custo, que poderá ser reduzido em até 80% com o que já foi gasto com a Ufla. “Foi um trabalho pioneiro, muito reconhecido no Brasil e a universidade tem feito o melhor com os seus técnicos, mas o Google é sempre inovador. Já verificamos que há possibilidade técnica de cruzamento das informações que nós já temos, com as 280 mil, com a plataforma que o Google quer implantar”, disse. Hoje, a prefeitura paga em torno de R$ 10 para cada árvore, que passa por 56 investigações, e o Google se compromete a fazer por R$ 2.
“O Google é acessível em qualquer lugar do mundo”, reforçou.


De acordo com o vice-prefeito, não haverá necessidade licitação, pois os tribunais entendem que o Google tem notória especialização, não existe concorrente à altura e, com isso, o processo licitatório pode ser dispensado. “Faremos um trabalho mais barato e pioneiro”, completou Délio.


Para conhecer a árvore e o seu estado de conservação, a pessoa vai entrar no Google ou no site da prefeitura e digitar o endereço onde ela está plantada. “Espécie, idade, que tipo de problema tem, se é uma espécie exótica ou da nossa flora, se está com boa saúde, tudo vai ser revelado”, explica Malheiros.


Outra vantagem do inventário é evitar quedas de árvores, o que é muito comum durante as chuvas em Belo Horizonte. “O inventário já vem nos ajudando. Tivemos uma queda vertiginosa do número de árvores que caíram do ano 2013, se comparada aos primeiros seis meses de 2015. Foi o trabalho de reconhecer as árvores e verificar aquelas que estavam com saúde debilitada e fazer a supressão, ou fazer uma poda, enfim, tomar uma providência”, afirmou.


FÍCUS
O diagnóstico também vai mostrar que tipo de árvore não deve ser plantada nas ruas da capital. “Não vamos mais plantar fícus em Belo Horizonte.

Basta ver o que está acontecendo na Avenida Barbacena e na Bernardo Monteiro. Já gastamos quase R$ 400 mil tentando salvar aquelas árvores de fungos, vírus e pragas e não conseguimos”, diz Délio. Segundo ele, será feito um novo plano de arborização para a região.

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