Jornal Estado de Minas

Além de alívio, chuva traz risco de alagamentos e queda de árvores em Minas


Ao mesmo tempo em que trouxe alívio em BH, as chuvas também exigem cuidados. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) lançou dois alertas que valem até a meia-noite de hoje para risco potencial de quedas de árvores e alagamentos em 337 cidades da Grande BH, Zona da Mata, Campos das Vertentes, Vale do Rio Doce, Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e regiões Oeste, Noroeste e Central. O boletim indicou perigo para 161 municípios da Zona da Mata, Sul, Sudoeste, Oeste e Campos Das Vertentes, com chance de alagamentos, deslizamentos e transbordamentos de rios. Na capital mineira, a preocupação é com a grande quantidade de lixo, folhas e flores que se acumulam nas ruas e vão parar nos sistemas de drenagens, podendo provocar alagamentos. De acordo com dados da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) fornecidos pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), a coleta de resíduos em bocas de lobo tem aumentado 15,5% ao ano, desde 2009, chegando a 5.116,94 toneladas no ano passado.

E a sujeira que entope as bocas de lobo não vem apenas dos moradores que descartam lixo em plena rua ou em sacos em horários indevidos, nem exclusivamente dos detritos de obras. A demora nas operações de varrição pública e no recolhimento de podas também agrava o problema. Ontem, depois das chuvas que desfolharam árvores floridas desde a última sexta-feira na capital, bairros da Região Centro-Sul ainda havia passeios, vias, valas, bocas de lobo e bueiros abarrotados desses resíduos vegetais. No Bairro São Pedro, na Região Centro-Sul, o amontoado de folhas chegava a três palmos de altura nas ruas íngremes, escondendo quase que completamente as drenagens de água pluvial.
Na esquina das ruas Viçosa e São Romão, que se encontram num fundo de vale sob o qual passa um córrego, as inundações são recorrentes e já arrastaram carros e invadiram lojas nos últimos anos. Ainda assim, ontem, o cruzamento se encontrava com todas as bocas de lobo tapadas pelas folhagens caídas. “A prefeitura não limpa aqui e a gente é que tem de pegar nas vassouras. E não adianta limpar só o passeio, porque, com a chuva, desce tudo (as folhas) de novo. Não tem jeito, preciso limpar a rua e até as partes dos vizinhos, ou não adianta”, reclama a funcionária de serviços gerais Iveloné Santos, que varria a Rua São Romão.

‘Tapetes’ Ainda no Bairro São Pedro, as ruas Major Lopes e Rio Verde também estavam tomadas pelas flores cor-de-rosa que despencaram das copas das árvores e formaram tapetes já em decomposição, que chegaram a empoçar água ao se misturar com a lama. Nos bairros Cidade Jardim e Santo Antônio, várias vias também estavam cobertas desde a sexta-feira, incluindo a Avenida Prudente de Morais, que também tem longo histórico de enchentes. Menos arborizadas, as avenidas Francisco Sá e Silva Lobo, no Prado, Região Oeste, não tinham acúmulos de folhas, mas ainda há muito lixo e entulho depositado nas esquinas.

A SLU informou, por meio de nota, que existe um planejamento tático que mantém constantemente as equipes de limpeza urbana em ação.
“As demandas também chegam por meio dos canais de comunicação da Prefeitura e são prontamente analisadas e atendidas, principalmente nesta fase do ano em que se verifica a intensificação da queda de flores e folhas. Os serviços de limpeza de bocas de lobo são realizados de forma contínua e têm como objetivo a manutenção do sistema de drenagem urbana. Consistem na completa remoção dos resíduos acumulados no interior das caixas das bocas de lobo, no carregamento, na remoção e no transporte desses resíduos, executados manual ou mecanicamente”.

De acordo com a superintendência “são realizadas cerca de 500 mil ações de limpeza em bocas de lobo, por ano. É feito um monitoramento de todas as 60 mil bocas de lobo da capital, priorizando as áreas de risco, onde há possibilidades de alagamentos, principalmente em período chuvoso. Pelo menos a cada dois meses, todas as bocas de lobo de Belo Horizonte são limpas. Algumas, no Hipercentro, são limpas de três a quatro vezes por semana. Os principais materiais recolhidos são papel, folhas, restos de cigarro, barro, restos de alimentos, gordura e alguns resíduos inusitados como roupas, calçados, pratos, garrafas de vidro, letreiro de lanchonete, entre outros”.

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