Reestruturação do setor de emergência do Hospital Odilon Behrens (HOB), com transferência de parte dos leitos de alta complexidade para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Noroeste – anexa ao hospital – vai exigir transferência de pacientes graves, via ambulância e por um trecho de 30 metros, por falta de serviços na unidade de menor porte. Com a abertura da UPA, prevista para receber o primeiro atendimento até o fim do mês, 10 dos 22 leitos de emergência do Odilon serão transformados em centros de tratamento intensivo (CTIs) e apenas sete – dos 12 restantes – serão mantidos para emergência. Cinco deixarão de existir no hospital. Os que permanecem vão se somar a outros oito do mesmo tipo, que serão abertos na UPA. A mudança foi explicada ontem pela superintende do HOB, Paula Martins, que descarta redução de leitos e fala em reestruturação do serviço. “Eram 12. Agora serão 15. Além disso, vamos qualificar o atendimento com mais leitos de CTI, que com os 30 existentes, vão chegar a 40”, disse.
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Dados repassados pela superintendência do HOB mostram que o custo mensal do Odilon chega a R$ 22 milhões, sendo que R$ 1,5 milhão é proveniente da União. Já na UPA, 25% do custeio terão os cofres públicos federais como financiador: dos R$ 2 milhões investidos mensalmente, R$ 500 mil são do governo federal. Segundo o médico, os profissionais estão montando uma comissão para apurar a mudança. Membros do grupo, ainda em formação, devem fazer uma visita à unidade na sexta-feira.
Já a superintendente do HOB rebate as críticas. Segundo ela, a UPA tem todas as condições de atender bem os pacientes graves que chegarem à unidade e que as transferências, quando necessárias, não vão gerar prejuízos. “A rede é única, integrada. Os protocolos de atendimento são os mesmos e os profissionais que vão atender na UPA fazem parte da equipe do Odilon”, afirma.
Unidades que funcionam no sistema “porta-aberta”, ou seja, atendem moradores de outras regionais e até de outros municípios, as Upas têm recebido uma demanda maior de pacientes do interior nos últimos cinco meses, o que aumentou o fluxo de atendimento em 40%, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Isso ocorreu, segundo a pasta, porque outras cidades, principalmente do entorno de Belo Horizonte, têm apresentado problemas na cobertura de atendimento à população, com fechamento de hospitais e unidades de pronto atendimento.
Ainda segundo a secretaria, Belo Horizonte conta com 755 leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI) adulto e infantil na rede SUS. Em 2011, eram 716..