Jornal Estado de Minas

Suspeitas de liderar golpe de R$ 10 milhões prestam depoimento em BH


Dez das 17 mulheres presas durante a Operação Pecus começaram a prestar depoimento às polícias Civil e Federal nesta segunda-feira em Belo Horizonte. Elas são suspeitas de liderar uma organização criminosa que aplicou golpes em servidores públicos a partir da previdência privada complementar. O prejuízo estimado com o crime é de R$ 10 milhões.

Segundo a Polícia Civil, os delegados Daniel Araújo, da PC, e Flávio Albergaria, da Polícia Federal, explicam que as mulheres estão sendo interrogadas primeiro por serem consideradas cabeças do grupo e por uma questão de logística do sistema prisional. Isso porque as 10 encaminhadas hoje para a Delegacia  de Eventos da Polícia Civil estão presas no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Centro-Sul. O conteúdo dos depoimentos não será divulgado.

Ainda segundo a corporação, os delegados esperam ouvir até quinta-feira os 37 presos na operação que estão em prisões de Minas. Outras duas pessoas estão detidas em São Paulo. A Delegacia de Eventos, que na Pampulha, foi escolhida para sediar os depoimentos porque possui estrutura para o serviço e por ter localização estratégica para dar apoio à Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), composta também pela Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds).

A megaoperação foi desencadeada no último dia 27.
Aproximadamente R$ 310 mil, além de computadores, foram apreendidos. O grupo atuava em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

As investigações apontam que a quadrilha abordavam as vítimas com o envio de falsas notificações judiciais que noticiavam supostos créditos oriundos de previdência complementar, com as quais haviam contribuído no passado. Para a liberação do dinheiro prometido, o grupo exigia a antecipação de valores a título de impostos e custas processuais. As vítimas, a maioria servidores públicos e pensionistas, depositavam elevadas quantias em contas repassadas pelos criminosos e, então, se davam conta que os créditos a que teriam direito eram fictícios.

Os presos vão responder pelos crimes de organização criminosa e estelionato, cujas penas somadas podem chegar a 13 anos de prisão.

Com informações de João Henrique do Vale

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