Jornal Estado de Minas

Engenheiro morto em acidente com motorista bêbado em BH é sepultado em Leopoldina


Está marcado para as 11h desta segunda-feira o enterro do engenheiro Daniel de Oliveira Lacerda, de 40 anos, morto na batida entre uma van e um carro na madrugada de domingo na Avenida Nossa Senhora do Carmo, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O motorista do veículo menor estava embrigado e foi autuado pela Polícia Civil.

Lacerda fazia parte de um grupo de 13 pessoas, entre amigos e parentes, que voltavam de uma festa de formatura. Por volta das 5h, quando o veículo descia a avenida, na altura do Bairro São Pedro, o comerciante colombiano César Augusto Martinez Loaiza, de 29 anos, que subia a avenida sentido bairro em um Daewoo Lanos, bateu na lateral do automóvel de passageiros, que tombou, matando o engenheiro.

O corpo do engenheiro foi liberado na noite de domingo, segundo a Polícia Civil. O velório acontece no Cemitério Municipal da cidade de Leopoldina, na Zona da Mata. Ele deixa dois filhos e a esposa, Valéria Ribeiro Lamaica Lacerda, de 41. A família mora em Itajubá, no Sul de Minas.


Valéria está internada no Hospital João XXIII e estava ao lado do marido na van. Ela sofreu lesões no fígado, costela e coluna. Segundo a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), nesta segunda ela se encontra no setor de politraumatizados em observação, estável e consciente, sem previsão de alta.

O ACIDENTE A colisão ocorreu quando a van, que seguia no sentido Centro, atravessava a avenida para acessar a Rua Rio Verde. De acordo com informações de testemunhas, o veículo do colombiano seguia em alta velocidade e não respeitou o sinal de trânsito, batendo na lateral da van.

Com a batida, o automóvel do colombiano pegou fogo. “Testemunhas nos disseram que, na colisão, Loaiza saiu do carro que dirigia e pegou um táxi, sem prestar socorro às vítimas”, conta o segundo-tenente Lipovetsky, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais .
No entanto, o estrangeiro voltou ao local da batida, antes da chegada dos bombeiros e depois de andar mais de 40 minutos de táxi pelo Centro de BH – a corrida ficou em R$ 70. Ele teria ido conferir o estado do próprio carro, conforme disse aos militares. Quando retornou, pessoas que estavam dentro da van e pedestres tentaram agredi-lo. “Quem o reconheceu foi um guardador de carros. Ele saiu correndo, e nós, que passávamos no momento, o detivemos”, conta o guarda municipal James de Souza. Segundo ele, o colombiano confessou o crime de trânsito. Ele chegou a fazer o teste de bafômetro, que apontou 0,38 miligramas de álcool por litro de ar expelido. Índice acima de 0,34 mg/l é considerado crime de trânsito.


Em depoimento à polícia, disse que estava em uma boate no Bairro São Pedro que saiu de lá no carro com três amigos, quando bateu na van. O colombiano, que de acordo com seu pai, também comerciante, está em BH há quatro anos, não conseguiu dizer por que bebeu e dirigiu. “Ele afirma que não consegue se lembrar direito do que ocorreu. Falou que voltou para buscar o carro e quiseram linchá-lo”, conta o delegado do Detran Pedro Ribeiro de Oliveira Sousa, que tomou o depoimento do condutor. César foi indiciado por homicídio culposo, com crime de embriaguez e omissão de socorro. A polícia agora procura os outros três passageiros, que também responderão por omissão de socorro. Na delegacia, cobrindo o rosto, Loaiza exalava cheiro de álcool, e confessou ter bebido vodca. (Com informações de Luciane Evans).