Jornal Estado de Minas

Lixões ainda são desafio em Minas

A situação do descarte de lixo no país preocupa e deixa em alerta a situação da gestão de resíduos sólidos no país. Em Minas Gerais, a eliminação dos lixões segue como grande desafio. Estudo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) mostra que, apesar de o número do descarte em aterros sanitários ter aumentado no estado, o volume de descartes em lixões não diminuiu e o nível de resíduos em locais inadequados também não.



Em Minas Gerais, dados de 2013 apontam que os aterros sanitários recebiam por dia 10.728 toneladas de lixo. Este índice aumentou para 11.127 em 2014. Porém, o desafio de diminuir o descarte em lixões cresceu no último ano. Em 2013, foram descartados 2.803 toneladas/dia, enquanto em 2014 foram 2.825 toneladas/dia.

Segundo o presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho, embora tenha havido uma melhora em termos de aterros, a situação piorou, pois mais lixo foi jogado em locais inapropriados. Em Minas, entretanto, a situação é um pouco melhor do que a média nacional, mas, ainda assim, a situação preocupa. Carlos Filho explica que o desafio no estado não seria difícil de se cumprir, pois o índice de geração per capita de resíduos não é elevado. “Se as ações adequadas forem cumpridas, o problema pode ser resolvido a curto prazo. É preciso a conjugação de esforços entre estado e municípios para que a Lei 12.305/2010 saia do papel”, disse.

Os problemas causados pelo descarte inadequado de lixo trazem danos tanto para a sociedade quanto para o meio ambiente e aumentam os gastos desperdiçados que poderiam ser utilizados no tratamento adequados do lixo.

Segundo o gerente de Resíduos Sólidos da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), Francisco Pinto da Fonseca, as principais doenças decorrentes dos lixões atingem principalmente crianças, idosos e grávidas.

“O problema está tanto na administração municipal que deixa a questão dos resíduos em segundo plano, quanto na falta de educação ambiental das pessoas. Não basta apenas a coleta do lixo nas ruas, é preciso a conscientização do tratamento e destinação adequados”, defende o especialista.