Jornal Estado de Minas

Barraqueiros do Mineirão acampam na porta da PBH contra licitação

Membros da Associação de Barraqueiros da Área Externa do Mineirão (Abaem) estão acampados na porta da Prefeitura de Belo Horizonte, no Centro da capital, nesta terça-feira. Eles protestam contra a licitação para 96 vagas para a feira no entorno do estádio, na Região da Pampulha.

O edital foi publicado em 8 de agosto no Diário Oficial do Município (DOM). Os barraqueiros poderão comercializar pipoca, milho verde, algodão doce, churros, macarrão na chapa, batata frita, acarajé, churrasquinho, cachorros-quentes, sanduíches e feijão tropeiro, além de refrigerantes, cervejas, água mineral, sucos e refresco industrializado.

Os comerciantes ficarão nas avenidas das Palmeiras, Avenida C esquina com Abrahão Caram, avenida Carlos Luz na esquina com Coronel Oscar Paschoal, e na esquina da Carlos Luz com a Praça Alfredo Camarate.

Os barraqueiros que trabalhavam na área externa do Mineirão vão procurar o Ministério Público Estadual (MPE) para suspender o edital. De acordo com Ernani Francisco Pereira, presidente da Associação de Barraqueiros da Área Externa do Mineirão, o principal temor da categoria é que os feirantes mais antigos, que trabalharam no local há cerca de 40, 50 anos, fiquem impedidos de voltar ao trabalho. Com a reforma do estádio para a Copa do Mundo, os antigos barraqueiros foram obrigados a encerrar as atividades. Para Pereira, o edital apresenta questões que podem prejudicar esses comerciantes. “Nós não queremos burlar a lei, queremos a reparação de direitos violados a 96 trabalhadores da feira histórica do Mineirão”, diz.


Por meio de nota, a Regional Pampulha da prefeitura informou que o Código de Posturas do Município estabelece que o exercícios de atividades em lugares públicos, caso das feiras, deve ser precedido de licitação. “Neste sentido, a Feira de Convivência do Entorno do Mineirão será realizada de acordo com a lei, portanto não haverá, em hipótese alguma, privilégio a qualquer um dos participantes”, diz a nota. “Embora a Prefeitura reconheça a importância histórica dos antigos barraqueiros que trabalharam durante mais de duas décadas nas proximidades do Mineirão, não há na legislação nenhum instrumento legal para dar tratamento diferenciado a estes cidadãos no referido processo licitatório”.

Os barraqueiros também questionam a localização das barracas. De acordo com a associação, os moradores preferem que elas fiquem na esplanada do estádio. Sobre isso, a Regional Pampulha informa que “a disposição das mesmas foi definida considerando a proximidade ao estádio, o favorecimento da circulação de pedestres em algumas vias e a facilidade de dispersão ao final dos jogos”. .