Jornal Estado de Minas

Mulher agredida pelo marido manda matá-lo para ficar com dinheiro do seguro de vida

Cabeleireira contratou um homem suspeito de cometer 15 homicídios para matar o marido. Ela não teve acesso ao dinheiro porque a vítima estava inadimplente

Luiz Fernando Motta Andréa Silva
Ronan e Cristina foram apresentados nesta quarta-feira pela Polícia Civil - Foto: Paulo Figueiras/EM/D.A.Press

O rastreamento de ligações telefônicas levou a Polícia Civil a esclarecer o assassinato de Alexandre Ferreira Eficácio, de 41 anos, dono de uma oficina mecânica em Santa Luzia, Região Metropolitana de Belo HorizonteAs investigações apontaram que a mulher dele, a cabeleireira Maria Aparecida dos Santos, de 35 anos, havia trocado telefonemas com um homem com várias passagens pela polícia por homicídio.

O crime aconteceu em outubro de 2014, dentro da oficina, no Bairro São BeneditoDe acordo com o delegado Christiano Xavier, a cabeleireira era agredida e teria encomendado o crime porque era beneficiária do seguro de vida de Alexandre e receberia R$ 100 mil em caso de morte do marido.

O plano, no entanto, não saiu conforme previsto porque a vítima estava inadimplente e Cristina não conseguiu resgatar o dinheiroRonan Santos Gonçalves, homem contratado para matar Alexandre, estava sem receber o dinheiro do acordo e ligava para a cabeleireira para cobrá-laSegundo a polícia, ele é suspeito de cometer 15 homicídios relacionados a disputas de gangues por pontos de tráfico de drogas e havia saído da prisão quatro dias antes do crimeA polícia chegou até ele antes da mandante do crime por meio de denúncias anônimas de moradores da região.

A partir daí, as investigações se voltaram para estabelecer relação entre o assassino e a mulher da vítima, comprovada mais tarde pelas ligações telefônicasDe acordo com o delegado, Cristina também já tinha passagem pela polícia por causa de um roubo.

A cabeleireira disse à Polícia Civil que estava cansada de apanhar do maridoSegundoela, Alexandre brigava e a agredia no meio da ruaProcuradas pela polícia, companheiras anteriores do dono da oficina confirmaram que ele era violento e que as agredia.