Jornal Estado de Minas

Moradores do entorno da Praça da Assembleia recomeçam a frequentar o espaço

Mesmo antes da conclusão das obras de revitalização, população volta ao local, fechado no ano passado

Valquiria Lopes
Viviane e o marido, Gustavo Nassif, contam que sempre gostaram de levar os filhos à praça, aprovaram as mudanças, mas reclamaram do atraso na revitalização do local - Foto: Leandro Couri/EM/DA Press

Ansiosos por retomar a rotina de atividades físicas, brincadeiras e diversão na Praça Carlos Chagas, mais conhecida como Praça da Assembleia, moradores do Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul, e frequentadores do espaço de lazer voltam, aos poucos, a se apropriar da área verde, mesmo antes do fim das obras de revitalização do local. A reforma teve início há um ano e prevê a criação de novo playground, de espaço para lazer e sociabilidade de idosos, readequações e preservação paisagística dos jardins projetados por Burle Marx, tombados pelo patrimônio histórico. Com o cronograma atrasado, as intervenções deveriam ter sido concluídas em março. Mas, no local, tapumes ainda fecham a área do parquinho e sinais do trabalho de operários estão no coreto e em outros espaços da praça.


O retorno antecipado da população faz sentido. Por causa do fechamento da praça, muita gente sentiu falta dos momentos de lazer no espaço público. “A gente vinha todos os dias no fim da tarde, depois da aula da Gabriela, para brincar no parquinho e eu também corria aqui. Com a praça fechada, perdemos este lazer ao ar livre”, afirma a administradora Viviane Nassif, de 39 anos. O marido dela, o advogado Gustavo Nassif, de 44, criticou o tempo de obra.

“A praça realmente precisava passar por uma reforma. Mas demoraram muito. Deveriam ter cumprido o cronograma correto”, disse. De modo geral, ambos elogiaram as mudanças. “Está ficando muito bonita. Estamos ansiosos para vir e voltar a aproveitar a praça”, disse Viviane.

Brinquedos novos estão à espera das crianças das proximidades - Foto: Leandro Couri/EM/DA Press

De passagem ontem pela Carlos Chagas, a babá Claudeni Alves, de 37, brincava com a criança que toma conta, filho de uma família residente em Lourdes (Centro-Sul). A mulher lembra do tempo em que todos podiam brincar por ali no fim de tarde. “Estou ansiosa, aguardando o fim da obra, porque aqui é um lugar muito agradável para a criançada”, afirma. O pipoqueiro Carlos Alberto Ferraz, de 48, que há cerca de 15 anos trabalha nas imediações da praça, também já voltou a demarcar seu ponto de venda. “A inauguração já deveria ter ocorrido, porque sem evento aqui e sem movimentação de pessoas, o prejuízo foi grande”, disse.

MORADOR DE RUA
Nos últimos anos, a Praça da Assembleia entrou na rota de um dos maiores desafios sociais de BH e passou a ser ponto de circulação da população de rua que por ali cozinhava, lavava roupas e passava o dia. Com as obras, eles migraram para outras áreas da capital. Mas mesmo não estando ainda completamente aberta aos frequentadores, já há sinais de que o desafio permanece. Na tarde de ontem, um morador de rua dormia dentro do coreto, que ainda estava cercado por tela.
E pelo chão, pertences como sapatos e garrafas indicavam a passagem deles por ali.

A obra da reforma da Praça da Assembleia está sendo financiada pela ALMG e executada pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). O órgão municipal foi procurado para repercutir o atraso e informar qual é a data para a reabertura da praça, mas não atendeu às ligações do Estado de Minas.

O pipoqueiro Carlos Alberto já retornou a seu ponto de venda - Foto: Leandro Couri/EM/DA Press

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