Sete espécies de peixes foram descobertas durante pesquisa no Quadrilátero Ferrífero, na Região Centro-Sul de Minas.
Segundo o pesquisador, para a realização do trabalho foi necessário expandir a área denominada de Quadrilátero Ferrífero. Como se trata de uma delimitação geológica, os traçados são retos, o que nem sempre contemplava as bacias hidrográficas. Muitas vezes, um rio entrava na demarcação, mas as cabeceiras ficavam de fora.
Ele destaca que estudos como esse são mecanismos para preservar. “É preciso saber o que tem e onde está. Com isso, conseguimos implantar ações de conservação mais efetivas”, diz As espécies descobertas são de pequeno porte, a maioria, com menos de 15 centímetros quando adultas. “Essa é a razão para que muitas pessoas desconheçam essas espécies”, pondera.
Além da parceria entre a Vale e a Fundação Biodiversitas, especialistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) participaram da pesquisa, que une a experiência da empresa no quadrilátero, por meio de estudos ambientais e monitoramentos realizados, à qualidade técnica dos autores. A Vale espera que o material contribua de forma prática para a identificação de peixes amostrados em trabalhos técnicos e científicos. O objetivo é a ampliação do conhecimento científico e o aprimoramento das políticas públicas e estratégias de conservação da ictiofauna brasileira.
Importante em termos econômicos e demográficos para Minas Gerais, o Quadrilátero Ferrífero inclui drenagens de cabeceiras de rios formadores das bacias do São Francisco (Velhas e Paraopeba) e Doce (Piracicaba, Carmo e, em pequena proporção, o Santo Antônio). Para ter uma ideia da relevância da ictiofauna da região, Minas é drenada por 17 bacias nas quais são encontradas 354 espécies de peixes, podendo-se considerar, pelo estudo, que a região do quadrilátero abriga cerca de 30% dos peixes encontrados no estado.
A ideia do guia surgiu da grande demanda de estudos ambientais contratados na região, que incluem uma análise aprofundada da vida aquática. Em função das características locais (áreas de cabeceira, cursos d’água de pequeno porte, trechos com corredeiras, entre outros), os peixes encontrados são peculiares e ainda pouco conhecidos.
As poucas informações, que antes estavam dispersas em bancos de dados, relatórios técnicos e publicações científicas, foram agrupadas às descobertas obtidas pelos autores e técnicos da empresa. O resultado foi um levantamento único do Quadrilátero Ferrífero, não só pelo volume, mas pela qualidade do estudo. Nas 215 páginas do guia, ilustrações precisas e verbetes dispostos de maneira didática facilitam também a utilização de não especialistas.
Os dados ampliam aqueles tradicionalmente encontrados nos livros vermelhos, em que são abordadas apenas as espécies ameaçadas de extinção, já que o guia reúne todas as conhecidas até o momento no Quadrilátero Ferrífero, tornando mais efetiva e segura a revisão das listas nacional e estadual de peixes ameaçados de extinção.
PRESERVAÇÃO As operações da Vale em Minas Gerais estão concentradas nessa região que, por apresentar ocorrência de mata atlântica e cerrado, também é considerada hotspot, ou seja, área prioritária para a conservação, por apresentar espécies raras, endêmicas e ameaçadas. A presença da empresa contribui para a conservação dessas áreas tanto pelo investimento em pesquisas quanto pela proteção de mais de 40 mil hectares em áreas verdes apenas no quadrilátero.
Produção de minério
O Quadrilátero Ferrífero é uma região do Centro-Sul de Minas, com 7 mil quilômetros quadrados, que produz a maior parte do minério de ferro do país. Abrange 34 municípios, entre eles Sabará, Mariana, Congonhas, Ouro Preto e Itabira.