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Estado de Minas

Morte de mulher atingida por cerol liga o alerta para motociclistas em Belo Horizonte

Somente o Hospital João XXIII atendeu 21 vítimas da mistura fatal no primeiro semestre deste ano. As maiores incidências de casos acontecem em janeiro e junho, coincidindo com as férias escolares


postado em 25/06/2015 16:18 / atualizado em 25/06/2015 16:42

Autoridades temem o uso da linha chilena que é mais cortante do que o cerol(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press. - 21/07/2012)
Autoridades temem o uso da linha chilena que é mais cortante do que o cerol (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press. - 21/07/2012)

Os ventos fortes do inverno são convidativos para crianças, adolescentes e até adultos, a reviver uma brincadeira antiga, soltar pipas ou papagaios, como preferem alguns. Porém, a tradição passa a ser um perigo para pedestres e motociclistas por causa do cerol, uma mistura de cola e vidro moído que é passada nas linhas para poder cortar a do 'adversário'. Além dele, uma nova modalidade preocupa as autoridades, a linha chilena. Feita é um processo industrializado, o material é mais cortante do que o cerol, garante as autoridades. Nessa quarta-feira, uma mulher morreu depois de ser atingida no pescoço quando passava pelo Anel Rodoviário de Belo Horizonte. Somente o Hospital João XXIII atendeu 21 vítimas da mistura fatal no primeiro semestre deste ano.

A ocorrência nessa quarta-feira aconteceu no final da tarde. Ana Rúbia da Silva Batista estava na garupa da moto do companheiro quando, segundo a Polícia Militar (PM), uma linha chilena ficou entre os dois e atingiu o pescoço da mulher. Ela sofreu um corte profundo no local e morreu na hora. Nenhuma pessoa que soltava o papagaio foi identificada ou presa.

De acordo com a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), até essa quarta-feira foram atendidas 21 pessoas vítimas do cerol ou linha chilena. Os números são semelhantes aos atendimentos nos seis primeiros meses de 2014, quando 22 pacientes procuraram socorro. Vale ressaltar que alguns moradores feridos não procuram ajuda.

As maiores incidências de casos acontecem em janeiro e junho, coincidindo com as férias escolares. “Esta época do ano temos aumento no número de casos, pois temos ventos mais fortes e as férias escolares. Temos uma tradição de soltar pipa. É uma brincadeira muito antiga, mas tem a questão da brincadeira de um cortar a linha do outro. Infelizmente, é uma brincadeira perigosa”, alerta o capitão Thiago Miranda do Corpo de Bombeiros.

Em Belo Horizonte, o uso de cerol é proibido desde 1996. O infrator que for flagrado com o material pode ser detido e terá que pagar multa. Em caso de morte ou lesão de terceiros, a pessoa também poderá ser responsabilizada. A venda da mistura também é vetada. O comércio pode sofrer sanções que vão desde a advertência, multa e cassação do alvará de funcionamento.

As leis em vigor não citam a proibição da linha chilena. Um projeto de lei que tramita na Câmara Municipal de Belo Horizonte de autoria do vereador Edson Moreira quer a proibição do uso e comércio do material na capital mineira. A matéria já passou por quatro comissões. O material é considerado mais potente do que o cerol. “A linha chilena é um cerol industrializado. Por isso, acaba sendo mais efetivo. A linha tem muito mais áreas cortantes e ásperas e ai que mora o perigo. Ela é encontrada para venda em vários locais”, comenta o capitão.

Para Thiago Miranda é preciso ter uma mudança de atitude das pessoas. “ Todas as pessoas, seja crianças, adolescentes e até adultos, quando está soltando pipa com cerol está próximo de outras pessoas, ou até dentro de casa. Muitos moradores sabem quem está soltando pipa com cerol, mas fazem poucas denúncias. Temos que ter uma mudança de comportamento muito grande. Além de acionar as autoridades, não utilizar este tipo de material”, alerta o bombeiro.

Para evitar ser atingido por uma dessas linhas, o militar recomenda aos motociclistas que façam o uso das antenas, principalmente nesta época do ano em que aumenta o número de pipas e papagaios no céu de Belo Horizonte.


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