Além dessa hipótese, a Polícia Civil trabalha com a possibilidade de crime passional. De acordo com Kerison, os dois jornalistas reforçam que o assassinato está ligado às denúncias que Evany investigava e escrevia em seu blog “Coruja do Vale”. A família do jornalista também é convicta em afirmar que o crime está ligado à sua atividade profissional. Segundo a viúva de Metzker, o jornalista investigava a prostituição infantil e o roubo de cargas. O jornalista foi encontrado em Padre Paraíso na tarde dessa segunda-feira, cinco dias após seu desaparecimento.
O crime será tema de uma audiência pública que deverá acontecer na segunda-feira, em Medina, cidade onde Evany morava. “O clima na região é de medo.
Uma equipe do Departamento de Investigação de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) foi enviada na tarde desta quarta-feira a Padre Paraíso para assumir o comando das investigações. O governo do estado atendeu à reivindicação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais e pediu uma “apuração rigorosa" no caso da morte do jornalista.
Ipatinga
O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais lembra que estava em Ipatinga, na Região do Vale do Aço, quando recebeu a notícia da morte de Metzker. “Foi uma coincidência. Estava gravando um documentário sobre as mortes do jornalistas Rodrigo Neto e Walgney Carvalho quando recebi a ligação sobre o crime em Padre Paraíso”.
Segundo Kerison, o medo até hoje permeia os profissionais da região. Rodrigo Neto, de 38 anos, foi morto em março de 2013. Trinta e sete dias depois, Walgney, de 43 anos, também foi assassinado.
A polícia prendeu dois suspeitos e as investigações confirmaram a relação dos crimes com a atividade profissional das vítimas.
No entanto, o presidente do sindicato diz que a região ainda sofre com os reflexos dos crimes. “Nem todos os culpados foram julgados e presos e infelizmente eles cumpriram o objetivo de calar a voz dos comunicadores", avalia.
Repercussão internacional
Segundo Kerison, o caso do jornalista Evany José Metzker teve repercussão internacional. “TVs e agências de notícias do mundo todo têm nos procurado por causa do assassinato. A crueldade do crime chama a atenção de todos. Precisamos de uma rápida solução do caso e a punição dos culpados para que nossa imagem não seja manchada internacionalmente”, diz.
Federalização
O sindicato defende a federalização dos crimes contra o jornalista.