O corpo em estado avançado de decomposição passou pela necropsia no Instituto Médico-Legal (IML) de Teófilo Otoni, e foi sepultado às 2h desta terça-feira, em Medina, onde Metkzer residia e mantinha o blog de noticias “Coruja do Vale”.
A necropsia contestou a informação de que o jornalista teria sofrido agressão no rosto, com fratura no maxilar. Material para exame foi encaminhado a um laboratório em Belo Horizonte a fim de averiguar se a vítima foi decapitada ainda viva ou depois de morta. O resultado da análise será encaminhado à delegada designada para o comando das investigações, Fabrícia Nunes Noronha, da Delegacia Regional de Pedra Azul, que também responde por Padre Paraíso.
O corpo de Evany José Metkzer foi encontrado decapitado por um morador ao passar por uma estrada de terra na comunidade rural de Pioneiras, a cerca de 20 quilômetros da área urbana de Padre Paraíso. Próximo à vitima estavam espalhados pelo chão cartões bancários, três folhas de cheque, documentos, sapatos e outros pertences, como aliança e relógio, o que afastou a hipótese de latrocínio. A vítima estava quase que totalmente nua – vestia somente uma camiseta preta e uma jaqueta, sem calças e com a mão amarrada. A cabeça foi encontrada na mesma área, no meio do matagal, mas distante do corpo.
Evany Metzker estava hospedado na Pousada Elis em Padre Paraíso havia três meses. A dona do estabelecimento, Elizete Gomes dos Santos, informou para polícia que viu o jornalista pela última vez na quarta-feira, por volta das 17h30, quando ele deixou o local, dizendo que viajaria para Brasília.
A mulher de Evany Metzer também revelou que fez contato com ele pela útima vez na quarta-feira, às 19h, pelo aplicativo WhatsApp. Ela ainda informou que depois disso tentou falar com o companheiro, mas não conseguiu, achando estranho o desaparecimento, mas mesmo assim não avisou a polícia.
Investigação
O repórter mantinha o site de notícias "Coruja do Vale", onde denunciava uma série de crimes e ireegularidades políticas em prefeituras de cidades da região. Atualmente, ele investigava uma quadrilha de prostituição de adolescentes que agia em Catuji. Diante disso, até o momento, a polícia civil trabalha com duas linhas de investigação: queima de arquivo, devido aos levantamentos que ele vinha fazendo; ou crime passional, praticado por vingança, diante de um suposto envolvimento íntimo da vítima com uma pessoa da cidade.