O secretário de estado de Saúde, Fausto Pereira dos Santos, anunciou a retomada das obras de oito hospitais regionais, atualmente paralisadas, e estabeleceu o fim do ano que vem como prazo final para entrega das unidades. A informação foi dada durante um balanço sobre o atual cenário do setor em Minas.
Pelo diagnóstico apresentado, as intervenções estão com atraso no cronograma em Sete Lagoas e Conselheiro Lafaiete (Região Central); Uberaba (Triângulo); Além Paraíba e Juiz de Fora (Zona da Mata); Teófilo Otoni (Vale do Jequitinhonha); e Governador Valadares (Vale do Rio Doce). As obras, segundo a secretaria, não foram nem mesmo iniciadas em Montes Claros, Novo Cruzeiro e Nanuque e só foram concluídas em Uberlândia, no Triângulo.
Na realização de cirurgias, por exemplo, ponto de estrangulamento em todo o estado, o secretário afirmou não ser um problema de solução simples. Enquanto o processo de expansão de hospitais se efetiva, o secretário afirmou que equipes da secretaria estão visitando as macrorregiões para discutir com os gestores locais formas de dar andamento às filas para intervenções e também para outras demandas por internação.
Segundo o balanço, a pasta herdou dívidas da gestão anterior no valor de R$ 1,5 bilhão – sendo R$ 730 milhões referentes a convênios. Fausto explicou que, dos 2.048 assinados somente no ano passado, mais de 75% tiveram no máximo 5% dos recursos efetivamente pagos e apenas 290 foram quitados. O secretário destacou ainda que R$ 93,6 milhões de recursos federais, que deveriam ter sido repassados a municípios, foram retidos pela antiga gestão e agora foram liberados.
Críticas ao processo centralizador na compra de remédios e na ampliação da rede do Samu também foram feitas pelo secretário. “O governo apostou em um modelo de organização complexa e de baixo resultado. No casos dos remédios, fez uma megalicitação para compra e o medicamento não chegou à mão do usuário”, disse. Sobre a rede Samu, Fausto Pereira criticou o sistema de Varginha, que já estava pronto havia dois anos e não havia sido inaugurado. “Inaguramos a rede em 30 de janeiro, com 80% de financiamento do estado, até que seja feita a pactuação de financiamento com a União”, afirmou.
Outro lado
O Bloco Transparência e Resultado, que representa a gestão anterior do governo do estado, rebateu as críticas do atual governo. De acordo com o deputado Antônio Jorge, que já esteve à frente da Saúde na administração anterior, as questões financeiras não serão comentadas, por não serem de competência da pasta, mas sim da área de planejamento. Sobre os hospitais regionais, o deputado afirmou que as unidades foram concebidas em momentos distintos e que, em cada caso, houve algum tipo de problema. “Em Juiz de Fora, a empresa quebrou no meio da obra, por exemplo”, alega. Ele lembrou ainda que não houve nenhum investimento federal nas obras, que foram entregues já bem avançadas.
Sobre o Samu de Varginha, ele informou que houve embaraços na construção da rede, que a princípio era somente para o município e depois ganhou caráter regional. “Mas para ser inaugurado, toda a estrutura já estava pronta”, disse.