Jornal Estado de Minas

Vigilância Epidemiológica intensifica combate à dengue em Uberlândia

A medida foi tomada depois que o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti deu seis vezes a mais que o número recomendado pelo Ministério da Saúde

João Henrique do Vale
Os trabalhos de combate ao mosquito transmissor da dengue se intensificaram em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, desde a divulgação do Levantamento de Índice Rápido do inseto, o LIRAa.
O valor da pesquisa indica que seis em cada 100 imóveis possui o foco do Aedes aegypti. O município é a quinta cidade no Brasil, com população entre 500 mil e 1 milhão de habitantes, em número de casos notificados de dengue em 2015. A coordenadora da Vigilância Epidemiológica da cidade, Rosana Gervásio, afirma que medidas estão sendo tomadas na ação contra a doença, como a passagem do caminhão fumacê e contratação de agentes de saúde.

Segundo o último balanço sobre a dengue divulgado pelo Ministério da Saúde, até 28 de março foram registrados 1.931 casos, o que representa 295 ocorrências para 100 mil pessoas. A cidade já registrou uma morte pela doença. Trata-se de uma mulher de 31 anos que contraiu a enfermidade em fevereiro deste ano.

A Vigilância Epidemiológica da cidade diz que o aumento nas notificações pode ter acontecido por causa das condições climáticas.
“Temos observado, em comparação com o mesmo período do ano passado, que as condições climáticas têm desfavorecido. Era para estarmos em um período de mais frio, mas ainda estamos na transição, com chuvas e dias quentes, isso facilita a proliferação do mosquito”, comentou Rosana Gervásio.

O Estado de Minas, nessa segunda-feira, que o armazenamento indevido de água por causa da crise de abastecimento nos três primeiros meses de 2015 aumentou o número de casos de dengue em alguns bairros de Belo Horizonte e cidades do interior do estado onde o problema de desabastecimento é mais sério. Em Uberlândia, agentes orientam os moradores por causa desta situação. “Os agentes têm feito orientação para manter esses recipientes fechados, mas não observamos grande aumento de ocorrências neste tipo de vasilhame. O nosso problema continua ainda sendo o ambiente domiciliar, a falta de cuidados com os vasos de planta, bebedouros de animais, caixas d'água”, explica a coordenadora.

Para tentar evitar a proliferação, o fumacê estão circulando nos bairros que tiveram aumento de notificações. Além disso, outras medidas estão sendo tomadas. “Continuamos fazendo bloqueio de 300 metros da casa das pessoas doentes. Esse trabalho é feito com as bombas costais. Agentes também passaram por cursos para subir em alturas para verificar pontos de ônibus e calhas”, diz Rosana.

A situação de Uberlândia reflete o que acontece em Minas Gerais. De acordo com o Ministério da Saúde, o estado contabiliza 30.153 mil notificações da doença, ficando atrás de São Paulo, que tem 257.809 mil notificações. O número de casos confirmados chega a 13.587 em 2015.
O número de mortos já são 10 neste período. Em 2014, foram 49.360 casos confirmados e 51 óbitos. .