Jornal Estado de Minas

Diretor diz que corte de verba da União agrava tráfico e consumo de drogas na Fafich

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas divulgou nota, reconhecendo que vigilância reduzida contribui para ação de traficantes

Rafael Passos João Henrique do Vale
O diretor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fernando Filgueiras, comentou nesta sexta-feira a reportagem do Estado de Minas que denuncia o consumo e o tráfico de drogas nas dependências da instituição, especialmente no Diretório Acadêmico da Fafich.
Em nota divulgada na manhã desta sexta-feira, Filgueiras afirmou que a situação piorou depois do corte de verba do governo federal, o que obrigou a universidade a reduzir o número de seguranças no câmpus.

O diretor reconheceu a gravidade do caso e atribuiu o uso e comércio de entorpecentes a festas dentro da universidade, em especial ao evento "Na Tora", realizado perto do estacionamento da Fafich. A faculdade informou ainda que vai instaurar sindicância e processo administrativo para manter a "dignidade universitária", diz o texto.

O comunicado ressalta ainda que a Fafich se compremete a "assegurar condições para o pleno funcionamento das atividades de ensino, pesquisa e extensão e para o bom funcionamento da administração da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas."

Fernando Filgueiras está reunido na manhã desta sexta com o setor administrativo da universidade para traçar um diagnóstico da situação. Neste encontro, serão avaliadas quais medidas serão tomadas para reprimir o tráfico e o consumo de drogas na instituição. A presença maior da Polícia Militar (PM) e o acionamento da Polícia Federal (PF) para investigar o caso não estão descartados.

O pedido de suspensão das aulas por parte de professores, alunos e servidores da UFMG em razão da violência no local ainda não foi analisado. De acordo com a UFMG, o caso deve ser discutido em uma reunião na próxima segunda-feira.

Reportagem do jornal Estado de Minas de hoje mostra como jovens sem qualquer vínculo com a UFMG vendem e consomem maconha, cocaína, LSD e loló em pleno Diretório Acadêmico da Fafich, sem se importar com o movimento de funcionários e professores. O local, que deveria dar suporte aos estudantes, virou boca de fumo e está degradado, com paredes pichadas e vidros quebrados.

Além da movimentação livre de traficantes, arrombamentos, furtos e assédio sexual têm assustado professores, alunos e servidores da instituição.
O clima de insegurança pode levar até a suspensão de aulas em alguns cursos noturnos, como no Departamento de História.

Leia a nota na íntegra


Diante dos fatos relatados em matéria do Jornal Estado de Minas, no dia 27 de março de 2015, informamos que a Diretoria da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas vem tomando todas as medidas cabíveis ao caso, prestando informações a todas as autoridades competentes.

O ocorrido é efeito de eventos que ocorrem no campus universitário, em particular o "Na Tora", que ocorre em dependência externa à Faculdade. Os fatos relatados têm se agravado com o contingenciamento de recursos por parte do Governo Federal, obrigando a Administração da Universidade Federal de Minas Gerais a reduzir o efetivo de seguranças e rondas nas dependências das Unidades Acadêmicas.

Diante do exposto, e da gravidade do caso, tomaremos todas as medidas cabíveis a esta Diretoria, quais sejam, instituir sindicância e processo administrativo-disciplinar e tomar as medidas administrativas necessárias para a manutenção da dignidade universitária.

Ademais, continuaremos a informar por oficio a todas as instituições responsáveis no sentido de assegurar condições para o pleno funcionamento das atividades de ensino, pesquisa e extensão e para o bom funcionamento da administração da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas.

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