Jornal Estado de Minas

Operação da PM nas avenidas Raja Gabaglia e Barão Homem de Melo vai continuar nesta noite

As ações são realizadas para tentar identificar envolvidos no ataque a três ônibus na noite de segunda-feira e manter a tranquilidade dos moradores da área

João Henrique do Vale
Os policiais estão abordando pessoas suspeitas em pontos de ônibus e mantendo patrulhamento no trajeto de coletivos que atendem aos bairros Buritis, Estoril e Jardim América - Foto: Jair Amaral/EM/D.A Press

A operação da Polícia Militar nas avenidas Raja Gabaglia e Barão Homem de Melo, Região Oeste de Belo Horizonte, deve continuar durante a noite desta terça-feira. As ações são realizadas para tentar identificar envolvidos no ataque a três ônibus na noite de segunda-feira e manter a tranquilidade dos moradores da área. Até as 16h, nenhuma pessoa foi presa. Ato de vandalismo teria sido cometido por causa da morte de um adolescente de 16 anos durante uma operação policial no domingo. 

O patrulhamento preventivo está intensificado nas duas avenidas para garantir as fluidez no trânsito e evitar novos ataques. “Nada de anormal foi registrado nesta tarde. Nenhum incidente ou crime violento”, comentou o Tenente-coronel Antoniézio Alves de Sousa, comandante do 5º Batalhão da PM e responsável pela operação. As ações devem continuar durante a noite. “Vamos seguir durante todo o dia e a noite.
Equanto achar que é necessário vamos com a operação”, afirma.

Os policiais estão abordando pessoas suspeitas em pontos de ônibus e mantendo patrulhamento no trajeto de coletivos que atendem aos bairros Buritis, Estoril e Jardim América. A operação especial envolve o Comando de Policiamento da Capital com atuação não só dos batalhões da região – 22º e 5º - mas também com Batalhão de Choque e Rotam.

Os militares ainda não tiveram acesso as câmeras de circuito interno dos coletivos que foram atacados na noite de segunda-feira. Ainda são feitos levantamentos para chegar até os envolvidos, porém, ninguém foi identificado. A PM pede a ajuda da população para chegar até os suspeitos. “É importante que a população ordeira auxilie e repasse informações via 181 ou 190 para que podemos identificar o quanto antes os autores. Essa participação da comunidade é muito importante, pois os atentados também comprometem os serviços na região”, disse o comandante.

A PM acredita que os vândalos são moradores do Morro das Pedras e cometeram os crimes revoltados com morte de um adolescente de 16 anos durante uma perseguição policial, no domingo. O jovem dirigia um Monza em alta velocidade para escapar de militares e bateu em um poste na Barão Homem de Melo.

Os coletivos tiveram a parte interna parcialmente queimada e vidros destruídos por pedradas e pauladas. Em um deles, manifestantes deixaram um cartaz cobrando justiça e ameaçando promover mais ataques. Assustados, motoristas e auxiliares de viagem seguiram nos coletivos para a 126ª Companhia da Polícia Militar, no Bairro Estoril, para registrar ocorrência.


O condutor de um dos ônibus, da linha 4110 (Dom Cabral/Belvedere), contou que trafegava pela Avenida Raja Gabaglia, sentido bairro, com cerca de 30 passageiros. “O trânsito estava lento quando, próximo ao ponto do número 2.200, um homem com um galão fez sinal para parar. De repente surgiram várias pessoas com pedras e paus, algumas com capuz. Com ajuda de outros motoristas que passaram no local conseguimos impedir que o incêndio se alastrasse”, contou.

Outro coletivo depredado foi da linha 205 (Metrô, Calafate e Buritis). Além do motorista e cobradora, 15 passageiros estavam no veículo. Na Barão Homem de Melo, a alguns quarteirões da UPA Oeste, um grupo de cinco pessoas atacou o ônibus, que também teve o interior danificado.

O terceiro ônibus é da linha 9202 (Pompeia/Jardim América). O condutor disse aos policiais que cerca de 20 pessoas, com armas de fogo, o obrigaram a descer, assim como o cobrador e três passageiros, na Vila Leonina. Em seguida, jogarem coquetéis molotov, que não explodiram, minimizando os danos. Ninguém ficou ferido ou foi preso durante os ataques, apesar do reforço do policiamento no Morro das Pedras, para tentar identificar os responsáveis.
(Com informações de Landercy Hemerson).