Jornal Estado de Minas

Em caso de rodízio, caminhões-pipa vão garantir abastecimento em hospitais e escolas

Reunião define critérios para restrição de fornecimento de água, que vem sendo estudada continuamente.

Em cidades como Pará de Minas, uso de veículos para abastecer serviços essenciais já foi adotado durante o racionamento - Foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS - 11/7/14


A Copasa não tem como fazer manobras em sua rede de forma a garantir o atendimento seletivo a hospitais, escolas, centros de saúde e presídios em caso de adoção de rodízio de fornecimento de água em Belo Horizonte. A empresa informou que, nesse caso, pretende recorrer a caminhões-pipa para garantir o funcionamento dos serviços. Pela Resolução 40 da Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG), em caso de adoção de plano de emergência deve ser garantido o abastecimento a instituições de saúde, estabelecimentos de internação coletiva, além de creches, escolas e instituições públicas de ensino. “A Copasa já garante esse fornecimento, mesmo quando ocorrem paralisações programadas para a manutenção. O mesmo ocorrerá em caso de rodízio”, informou a estatal. Em cidades como Pará de Minas, na Região Centro-Oeste, o uso de veículos para abastecer serviços essenciais já foi adotado durante a crise do ano passado.

Uma fase decisiva para a possibilidade de adoção de medidas de restrição de fornecimento ocorrerá amanhã, em reunião no Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). A Copasa somente poderá implantar providências como o rodízio quando for decretado estado crítico dos recursos hídricos, situação cujos critérios devem ser definidos pelo Igam. Segundo o instituto, a deliberação normativa é importante, porque Minas tem grandes variações regionais em termos de disponibilidade de água e o Conselho Estadual de Recursos Hídricos deve definir os parâmetros para cada uma delas.
A possível revisão de outorgas não será discutida no encontro de amanhã, pois já existe previsão legal para isso, segundo o Igam.

A possibilidade rodízio, segundo a Copasa, está sendo permanentemente estudada pelo seu corpo técnico e poderá evitar a necessidade de futuro racionamento. “Quando necessário, o rodízio se dará de forma programada e pré-definida, para que as pessoas possam se organizar para lidar com a situação de contingência”, informou a empresa. Porém, qualquer medida a ser tomada será submetida antes à agência reguladora, a Arsae.

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Prefeitura anuncia plano de economia


Nessa terça-feira, a Prefeitura de Belo Horizonte anunciou o seu Plano de Contigência para economizar água e atingir a meta de redução de 30% do consumo imposta pela Copasa. De acordo com o chefe da Coordenadoria Municipal de Defesa Social (Comdec), coronel Alexandre Lucas, responsável pelo estudo, com as medidas o município economizaria R$ 1 milhão com a conta de água.

O plano tem três pilares estratégicos: consumo interno (conservação de prédios), consumo público (que abrange o terminal rodoviário, escolas e outros órgãos com grande movimentação de público) e irrigação de parques, praças, canteiros de avenidas. Servidores serão mobilizados para identificar e sugerir medidas de diminuição do consumo em seus locais de trabalho.

Todos os funcionários públicos participarão de palestras para esclarecimento das medidas e serão incentivados a aproveitar a água da chuva, adotando cuidados para evitar a proliferação do mosquito transmissor da dengue. Também serão incentivados a levar garrafinhas de água para o trabalho e a economizar na lavagem de copos. Os resultados do plano devem ser monitorados por um site a ser criado na internet. Servidores que atingirem a meta de poupança serão premiados.

Na Comdec, carros que circulam por vias de terra e que se sujam muito não serão mais lavados no local. Uma empresa contratada fará a limpeza com máquina de pressão, que gasta menos água. Os 90 guardas municipais da Comdec vão fazer exercícios físicos por conta própria em casa e já devem ir trabalhar com banho tomado. “Com isso, vamos economizar 90 banhos por semana.
Os guardas vão economizar água para toda a cidade”, disse o coordenador de Defesa Civil. Pela legislação, esses profissionais devem fazer uma hora e meia de exercícios físicos por semana, mas não haverá monitoramento da atividade feita no ambiente doméstico.

Também será feito estudo de nascentes de água em parques, como o municipal e o das Mangabeiras, para uma avaliação, com ajuda do Igam, sobre a possibilidade de uso na irrigação de praças e parques. Ainda de acordo com o Plano de Contingência, uma mina d’água e um poço artesiano serão reativados no terminal rodoviário, para economizar no fornecimento da Copasa. Para lavar as ruas durante o carnaval, a UFMG vai oferecer água de uma piscina com 3 milhões de litros, que está cheia, mas ainda não é usada por estar em fase de testes. Segundo a Superintendência de Limpeza Urbana, será necessário um milhão de litros de água para o serviço. (Com Junia Oliveira)

 

 

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