Para Apolo, o Brasil ainda não despertou para a necessidade de encarar o meio ambiente de forma interdisciplinar. “Não é só uma crise de água, ela afeta o transporte, a educação. Tudo no mundo está em crise de interdisciplinaridade.
Já para a professora Paulina Maia Barbosa, do Departamento de Biologia Geral da UFMG, a abundância de recursos hídricos no país e no estado serviu historicamente para justificar o desperdício. “A reutilização da água tem que ser prioridade, não podemos gastar o recurso como gastamos”, disse. “É necessário deixar a água tratada, como é a da Copasa, realmente para abastecimento, e não lavar calçada, carros. É preciso conscientização forte”, completou. A professora ainda defende que os casos de mau uso sejam taxados. “Não tem como fugir de um racionamento, de um rodízio e de educação ambiental. É necessário fazer uma campanha como foi com a Lei Seca, inclusive apelando para multa”, defendeu.
Planejamento Apolo Heringer e Paulina Barbosa também apontam falta de planejamento. “Está na hora de uma mudança de comportamento, mas os órgãos, secretarias, têm que se preparar. É necessário uma ação conjunta”, disse a professora. O ambientalista, por sua vez, questiona a forma como ocorrem as outorgas do uso pelas grandes empresas, que impactam mais o sistema que o consumo doméstico. “É preciso reduzir as outorgas de água para grandes empresas produtoras de alimento, indústrias altamente poluidoras, condôminos que usam grande quantidade de água subterrânea e não pagam quase nada pelo recurso”, afirmou.
Apolo defende um planejamento para um período de sete anos.