Jornal Estado de Minas

Rebelião no Centro de Internação provisória no Bairro Horto é controlada

O motim começou depois de uma fuga frustrada de dois internos. A Polícia Militar entrou na unidade e conseguiu contar os adolescentes sem o uso de armas

João Henrique do Vale

Motim foi contido depois da chegada da Polícia Militar (PM) na unidade - Foto: Leandro Couri/Em/D.A.Press

 

A Polícia Militar (PM) conseguiu controlar a rebelião no Centro de Internação Provisória Dom Bosco (CEIP Dom Bosco), na Região Leste de Belo Horizonte, na noite desta segunda-feira. O motim começou depois de uma fuga frustrada de dois internos. A tropa de choque e militares do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) e do 16º Batalhão conseguiram conter o tumulto sem o uso de armas. Agentes socioeducativos denunciam superlotação no local.

De acordo com o major Flávio Henrique Naziazeno, comandante do 16º Batalhão da PM, os policias entraram na unidade e os adolescentes decidiram pôr fim ao tumulto. “A situação está sob controle. Não houve a necessidade de usar armas. Agora, todos estão sendo revistados e devem ser colocados novamente dentro das celas”, explica.

Ainda não há informações sobre feridos ou danos no centro de internação.

O motim começou no fim da tarde desta segunda-feira quando dois adolescentes tentaram fugir do local. Por volta das 16h, dois jovens procuraram a enfermaria alegando estarem sentindo mal. “Os agentes contaram que quando levavam os dois de volta para cela, os internos os renderam e tentaram dar golpes com uma arma artesanal chamada de chuço. Os agentes conseguiram escapar e os internos deram início ao motim”, afirma Keifferson Pedrosa, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Socioeducativo do Estado de Minas Gerais (Sindsisemg).



Os adolescentes conseguiram abrir as portas das celas e foram todos para os corredores. Em seguida, conforme a PM, queimaram colchões. Os militares foram acionados no final da tarde e começaram a negociação com os internos. A situação só foi controlada por volta das 21h.

A rebelião já tinha sido prevista pelos agentes socioeducativos, que denunciam a superlotação. “A unidade está com 20 socioeducativos durante o dia para tomar conta de 170 adolescentes, sendo que a capacidade é para 80. Esta situação, já estava se passando durante a semana. Os agentes já tinham alertado a direção que os adolescentes estavam tramando algo.
Mas, a direção foi omissa”, comenta o presidente do Sindsisemg.

Em nota, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) negou a versão apresentada pelos agentes. Conforme o documento, aproximadamente 50 adolescentes rebelaram por volta das 20h. Os internos chutaram portas e colocaram fogo em pedaços de colchões e lençóis. Em seguida, segundo a Seds, próprios agentes socieducativos da unidade. Eles também retiraram os jovens envolvidos - de duas alas- para realização de revistas no pátio de banho de sol. Ninguém se feriu. O tumulto foi controlado por volta das 21h30.

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