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Estado de Minas

Árvores frutíferas mudam o cenário da capital mineira e população aproveita a fartura

Goiabeiras, mangueiras, coqueiros e pés de acerola fazem muita gente parar, matar a fome e até encher sacolas para levar para casa


postado em 05/12/2014 06:00 / atualizado em 05/12/2014 09:07

Na Avenida Antônio Carlos, onde o tráfego é intenso, a mangueira está carregada de frutos(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)
Na Avenida Antônio Carlos, onde o tráfego é intenso, a mangueira está carregada de frutos (foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)

Além de ser conhecida como cidade jardim, Belo Horizonte tem feito jus a outro título: o de cidade pomar. Isso porque em ruas e avenidas da capital, as árvores estão com um motivo a mais para chamar atenção. As frutíferas de consumo humano, consideradas 27% do total de 450 mil espécies da cidade, passaram a ter o colorido típico dos frutos maduros. São goiabeiras, mangueiras, pés de acerola, coqueiros e outras plantas que, além de mudar a paisagem de BH, têm feito a alegria dos amantes das frutas. Muitos congelam a correria do dia a dia para se deliciarem com as frutas. Há até quem economize no sacolão e leve sacolas ou caixas repletas para casa.

Classificadas no topo da lista da mais comuns, as goiabeiras estão por todo lado. Mas são as mangueiras que imperam na Região Centro-Sul, especialmente na área hospitalar, onde é comum o consumo. Na Praça Hugo Werneck, na região, o hábito de colher mangas já se tornou diário para o ambulante Rafael Lírio, de 28 anos, que tem uma banca de frutas no local. “Uso um coco para arrancá-las todos os dias no horário em que chego para montar a banca, por volta de 4h. Como ainda é de madrugada e não tem praticamente ninguém na rua, não corro o risco de machucar alguém”, afirma. Ele diz que, além dele, grávidas com desejo e moradores de rua são os ‘consumidores’ que mais gostam. “Eles sempre pedem. Quando tenho, eu dou.”

Um dos cartões-postais de Belo Horizonte também virou ponto pra ‘chupar manga no pé’. Na orla da Lagoa da Pampulha, mangueiras compõem a paisagem da Igreja São Francisco de Assis. Quem visita o patrimônio tombado que tem projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer e é considerado obra-prima do Conjunto Moderno da Pampulha, ganhou da natureza essa curiosidade. São pelo menos dez mangueiras que forram o chão da praça de frutos. O espaço está cercado por tapumes para obras, mas, segundo funcionários da prefeitura, todos os dias há quem peça para entrar e levar um pouco das muitas mangas que carregas os galhos das espécies.

Ontem, foi a vez de Enésio Bibiano, de 25 anos. O gerente de posto de gasolina cedeu ao pedido da mulher, grávida, e pediu autorização para entrar na área cercada. Saiu de lá com uma caixa com 33 mangas e feliz por saber que vai poder economizar no gasto com o sacolão da semana. “Acho legal ter árvores frutíferas pela cidade. Sou do interior e na minha casa, em Conselheiro Lafaiete, há seis tipos de espécies frutíferas”, contou.

Por outro lado, há quem passe despercebido pelas frutíferas que colorem a cidade. O estudante de relações públicas Gustavo Estevão de Andrade, de 20 anos, passa diariamente pela Avenida Antônio Carlos, mas nunca havia dado conta que duas mangueiras enfeitam o corredor do BRT, na altura do número 4.000. “Realmente elas fazem a diferença e deixam a cidade mais bonita”, afirmou.

Mas é bom aproveitar enquanto se pode. O plantio de árvores frutíferas é proibido em vias públicas de Belo Horizonte desde 2010, por meio de resolução municipal. “A medida foi tomada para evitar acidente, já que recebíamos muitas reclamações de queda das frutas sobre veículos e pessoas na rua”, explicou a gerente de Áreas Verdes e Arborização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Joseana Toledo.

Ela ressalta a importância das frutíferas para a cidade e diz que elas garantem a manutenção da fauna, especialmente de pássaros, e promove a disseminação de sementes. E explica a causa do colorido da cidade. “De modo geral, elas têm épocas de floração e frutificação diferentes, mas muitas dão frutos no verão”, afirmou. Ainda segundo a gerente, caso a legislação não mude daqui para frente, a cidade não terá mais nenhuma espécie deste tipo a ser plantada.


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