Jornal Estado de Minas

Polícia abre inquérito para investigar assassinato de veterinário e professor em Nova Serrana

Amigos foram mortos a facadas dentro de casa na noite de domingo. A principal hipótese é de que os amigos tenham sido vítimas de latrocínio, roubo seguido de morte

Cristiane Silva Celina Aquino
Segundo a PM, Renato Gontijo foi atingido por 15 facadas e morreu dentro casa - Foto: Divulgação/Facebook
A Polícia Civil de Nova Serrana, Centro-Oeste de Minas Gerais, instaurou inquérito nesta segunda-feira para investigar o assassinato do veterinário Renato Antônio Ferreira Gontijo, de 45 anos, e do professor Cléber Bernardes dos Santos, de 31. O crime, que aconteceu no domingo, chocou os moradores da cidade.

O caso foi registrado na 5ª Delegacia Regional de Nova Serrana, pelo delegado Harley do Valle, que estava de plantão. Conforme a assessoria de imprensa da Polícia Civil, ele informou que as imagens capturadas pelas câmeras de segurança do imóvel vizinho serão avaliadas e também serão feitas buscas para localizar os suspeitos. A investigação agora ficará a cargo da delegada Elenita Batista Lopes.

A principal hipótese é de que os amigos tenham sido vítimas de latrocínio, roubo seguido de morte, já que um veículo foi levado e a residência estava toda revirada. Testemunhas viram dois suspeitos saindo do local.

Um vizinho ouviu gritos de socorro por volta das 21h30 e encontrou Cléber, ainda vivo, pedindo ajuda na varanda da casa. O professor foi levado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Nova Serrana e depois para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, mas não resistiu às facadas.
Além de constatar o roubo de um Fiorino, a Polícia Militar informou que a casa estava revirada, havia móveis quebrados e sangue espalhado por paredes e pelo chão. Foi apreendida na varanda uma faca com lâmina de 22 centímetros suja de sangue, possivelmente uma das armas do crime. Renato, atingido por pelo menos 15 facadas na cabeça e tórax, estava sem vida, caído dentro do banheiro.
 
Na noite de domingo, o delegado Harley do Valle disse à reportagem do Estado de Minas que suspeita é de que Renato e Cléber conheciam os criminosos, pois não foram identificados sinais de arrombamento na residência. Mesmo que o crime tenha assustado a população pela crueldade, Valle garante que não há motivo para pânico. “Apesar de Nova Serrana ter alto índice de homicídios, a maioria deles está relacionada ao tráfico de drogas. Esse caso é incomum, com motivação provavelmente ligada a patrimônio”, pontua.

A designer gráfica Rafaela Julian, de 28, sobrinha de Renato, pede punição para os assassinos. O tio era muito querido na cidade pelo trabalho de proteção aos animais. “Estamos devastados porque meu tio era uma pessoa que fazia o bem para todo mundo, não tinha quem não gostasse dele. Era trabalhador, divertido e religioso.” Pelo que ela sabe, os dois criminosos eram conhecidos das vítimas e um deles teria, inclusive, participado da festa de aniversário do veterinário. Rafaela conta que a família sempre alertava Renato para que ele não abrisse as portas de casa para qualquer um, mas ele dizia que era protegido. “Ele era uma das pessoas mais alegres que conheço. Vivia a vida intensamente”, completa a sobrinha. .