Jornal Estado de Minas

Pediatras do Hospital Infantil João Paulo II fazem paralisação de 24h

Médicos pedem a contratação de mais profissionais, melhores condições de trabalho, salário diferenciado para plantões de fim de semana e equiparação do abono de urgência aos médicos do Hospital João XXIII

Alessandra Alves
Os pediatras do Hospital Infantil João Paulo II, na Alameda Ezequiel Dias, Região Central de Belo Horizonte, fazem uma paralisação desde as 7h desta segunda-feira e até as 7h de terça.
Segundo o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), o objetivo é sensibilizar os gestores e a comunidade para a “situação de caos que vive o maior hospital infantil do estado”. Eles pedem a contratação de mais profissionais, melhores condições de trabalho, salário diferenciado para plantões de fim de semana e equiparação do abono de urgência aos médicos do Hospital João XXIII.

Até a manhã de terça-feira, serão mantidos apenas atendimentos de urgência e emergência. A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informou que, por enquanto, a situação está sob controle. Por volta do meio dia, quatro médicos estavam disponíveis no hospital e uma criança era atendida a cada hora. Em relação às reivindicações, a Fhemig afirmou que foram realizados dois concursos para contratação de pediatras, um em 2009 e outro em 2012, mas que o país sofre com a carência de profissionais. Um processo seletivo também está em aberto, mas segundo a fundação, não há procura.

Além da paralisação, os médicos fazem uma panfletagem ao redor do hospital, para alertar a população sobre a situação. De acordo com o grupo, para atender à demanda diária que recorre ao João Paulo II seriam necessários, no mínimo, sete pediatras.
Há dias em que a unidade funciona com apenas um especialista de plantão. Eles alegam um grande número de demissões por falta de condições de trabalho, má remuneração e sobrecarga de atendimentos.

Uma próxima assembleia foi marcada para quinta-feira, às 19h, para decidir os rumos do movimento. Caso as reivindicações não sejam atendidas, novas paralisações poderão ocorrer..