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Estado de Minas

Prédio é evacuado em Lourdes após tremor provocado por coreografia de bailarinos

Depois de alarme que esvaziou edifício, técnicos afastam risco e engenheiro conclui que estrutura oscilou ao ritmo de coreografia executada no segundo dos oito andares


postado em 15/11/2014 06:00 / atualizado em 15/11/2014 07:26

Bombeiros inspecionaram a construção e concluíram não haver riscos nem ameaças(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press )
Bombeiros inspecionaram a construção e concluíram não haver riscos nem ameaças (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press )

Com inspiração no conhecido “Balança, mas não cai”, título que tornou famoso prédio da região central de Belo Horizonte, na esquina de Avenida Amazonas com Rua Tupis, a capital passa a ter agora o que poderia se chamar “Dança, mas não cai”. O endereço é nobre: o luxuoso Edifício Nelsina Bhering, de oito andares, localizado na Rua Marília de Dirceu, 266, no Bairro de Lourdes, onde, por volta das 15h dessa sexta-feira, pessoas se assustaram com tremores registrados nos dois últimos andares. Passado o medo, com direito a intervenção do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, a causa do evento revelou-se um tanto inusitada: a coreografia de um grupo de bailarinos.

“Senti o tremor na minha cadeira. Vi portas batendo, objetos deslizando sobre a mesa, quadros chacoalhando na parede. Imaginei que fosse uma rajada de vento, mas olhei pela janela e nenhuma folha se mexia. Estava estranho”, contou o analista de tecnologia da informação César Costa, que estava trabalhando no momento da ocorrência. “É uma coisa à toa”, resumia um dos trabalhadores do condomínio, o única com coragem para permanecer na portaria enquanto equipes vistoriavam a estrutura do prédio. A funcionária parecia confiar na solidez do imóvel, também sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG).

O fato é que, diante do alerta de que o prédio poderia estar desabando, equipes dos Bombeiros e Defesa Civil correram para o local, determinando a imediata evacuação das salas. Mas não houve pânico: as pessoas desceram devagar pelas escadas de emergência. Algumas ainda voltaram para pegar itens como celulares e computadores de mão. “O prédio balançou, fazendo um movimento de pêndulo. Não foi nada grave, os quadros nem chegaram a cair da parede, mas o café se mexeu dentro do copo de plástico”, contou José Guilherme Araújo, sócio-diretor de uma das empresas situadas no imóvel.

O restante dos funcionários das salas foi liberado mais cedo na sexta-feira ou aguardava sair o laudo técnico para retornar ao trabalho. Alguns aproveitavam a deixa para lanchar nas lanchonetes das imediações. Nesse momento, um burburinho se formava nas rodas de funcionários. “Ouvi dizer que a sensação foi a mesma de assistir a um jogo no Mineirão, quando o estádio fica tremendo. Tem uma boate na cidade que também sacode quando as pessoas estão dançando”, comentou um dos integrantes de um grupo de bailarinos que também aguardava do lado de fora do edifício, todos um tanto ressabiados. Eles estavam no epicentro do “terremoto” de Lourdes, ensaiando uma nova coreografia no segundo andar do prédio.

Os bailarinos até desconfiavam, mas a explicação para o balanço que evacuou o prédio de Lourdes veio do próprio síndico, o engenheiro Sílvio Bhering, de 85 anos, cuja mãe dá nome ao prédio. Segundo ele, o segundo andar é formado por três salas, com áreas de 88 metros quadrados, 110m2 e 130m2. Os bailarinos da escola de dança elegeram exatamente a sala do meio para testar uma nova coreografia de dança contemporânea, que, em determinado momento, consistia em saltarem todos ao mesmo tempo, executando o mesmo tipo de movimento. “Todos pularam na mesma frequência, a partir do centro da laje do edifício, o que reverberou no restante do prédio”, esclareceu o engenheiro, lembrando que a estrutura é tão robusta que permite a instalação de mais cinco andares.

Finalizadas as aproximadamente duas horas de inspeção detalhada no prédio, o engenheiro Eduardo Pedersoli, da Defesa Civil de Belo Horizonte, foi taxativo: “Este prédio não cai de jeito nenhum. Não foi identificada fissura nem qualquer sinal de abalo na estrutura.” Os bombeiros também descartaram qualquer risco ou ameaça no prédio que os bailarinos colocaram para dançar.


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