O motorista de uma van, que estava estacionada em uma ciclovia na orla da Lagoa da Pampulha em Belo Horizonte, jogou o veículo em cima de um ciclista que reclamou da infração de trânsito na manhã dessa quinta-feira.
Diferentemente do que o em.com.br informou mais cedo, a van não pertence à Prefeitura do município de Nazareno mas à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. A Secretaria de Estado de Governo enviou uma nota às 18h desta sexta-feira, dizendo que o veículo estava a serviço da Unidade de Atendimento Integrado (UAI). O caso está sendo investigado pela 3ª Delegacia de Policia Civil Noroeste, que tomará as medidas cabíveis.
Thiago é ciclista há cerca de dois anos e deu uma volta na orla da lagoa antes da confusão. “Estava voltando para casa, quando encontrei ele parado na ciclovia”, relata. O trecho onde a van estava parada fica em frente à Igreja São Francisco e tem sinalização horizontal demarcando os espaços das bikes. Thiago seguia no sentido contrário ao fluxo de veículos quando avistou o veículo parado e o condutor falando ao celular.
O ciclista reclamou com o condutor que, segundo Thiago, fez um sinal ordenado que ele contornasse a van. “Ele estava parado no local errado e ainda faz isso? Comecei a gravar. Na hora que mostrei que era do governo, ele se estressou e arrancou o carro por cima. Ele arrancou duas vezes e depois veio de ré”, conta o ciclista. Depois do ocorrido, o condutor da van fugiu deixando a bicicleta destruída e um sentimento de revolta no rapaz.
“Tem dois anos que eu faço este trajeto e sempre questionei motoristas em lugar errado, em locais de preferência do ciclista. Há uma guerra entre ciclistas e motorista, e este fato de ontem reforça mais isto. Fiquei com receio de sair de bicicleta hoje, mas ainda vou defender a causa. Acredito que a bicicleta vai mudar o trânsito caótico a cada dia.
Logo após a fuga do condutor da van, Thiago ligou para o 190 da Polícia Militar e encontrou uma viatura na orla. Ele registrou um boletim de ocorrência relatando o fato. “Eu estava calmo, não estava alterado como se vê no vídeo. Ele estava de carro e se teve a capacidade de fazer aquilo, qualquer alteração minha poderia gerar reação pior”. O ciclista agora está sem a bike, que demorou anos para equipar com o objetivo de usá-la como meio de transporte. Ele já a levou para o conserto e, por enquanto, amarga o prejuízo.