Jornal Estado de Minas

PBH vai contratar consultoria para "vigiar" obras na capital

Todas as obras de arte especial, canais, contenções, entre outros tipos de construção, serão monitorados por especialistas para obedecer os requisitos estabelecidos em normas da ABNT

Luana Cruz
Depois do erro de projeto e execução na construção do Viaduto Batalha dos Guararapes, apontado pela perícia da Polícia Civil como causa da queda da estrutura na Avenida Dom Pedro I, em 3 de julho, a Prefeitura de Belo Horizonte decidiu contratar uma consultoria para avaliar a conformidade de projetos estruturais de infraestrutura na cidade.
Todas as obras de arte especial, canais, contenções, entre outros tipos de construção, serão monitorados por especialistas para obedecer os requisitos estabelecidos na NBR 6118/2014 e em outras normas complementares e específicas, conforme o caso.

O edital para contratação desta empresa de consultoria está publicado no Diário Oficial desta sexta-feira e define prazo de prestação de serviço de aproximadamente dois anos a partir da emissão da 1ª Ordem de Serviço. As empresas que vão participar da concorrência têm até dia 1º de dezembro para apresentar as propostas, que serão julgadas dia 8.

A NBR 6118/2014 criada Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) rege dados técnicos sobre concreto, modelagem, dimensionamentos, materiais, lajes, vigas, pilares, entre outros itens de construções. Em nota a PBH, informou que "com esta medida, busca reforçar e aprimorar o serviço de fiscalização e de avaliação realizado pela Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura nas obras executadas em Belo Horizonte".

No caso do viaduto da Pedro I, o laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Civil mostrou que em apenas um dos pontos do pilar havia de 15% a 20% menos ferragem do que o necessário na armação. As apurações apontaram que as estacas da estrutura do bloco da base não foram suficientes para suportar a carga maior, por ocasião da retirada do escoramento.

Com isso, houve afundamento do pilar e veio abaixo a estrutura horizontal superior (tabuleiro) da alça sul do viaduto, que atingiu um microônibus, um Fiat Uno e dois caminhões, matando duas pessoas e ferindo 23.
Os peritos da polícia concluíram ainda que os erros não foram verificados em momento algum, nem na revisão do projetista, nem na fiscalização da Prefeitura de Belo Horizonte, muito menos pela construtora.

A investigação reforça que houve também falhas de execução na obra. Um dos problemas envolve os sistemas de protensão (técnica que confere mais resistência ao concreto, usando cabos de aço). Agora, a construção de uma trincheira é a proposta da PBH para o trecho da Avenida Pedro I, entre as regiões Norte e Venda Nova, onde desabou a estrutura..