Jornal Estado de Minas

Flores de ipês colorem BH e constratam com o concreto da metrópole

As amarelas se contrastam com o cinza da cidade e as rosas, com o azul do céu. Floração deve durar por mais 21 dias

Tetê Monteiro

Na Praça da Liberdade, embelezam mais as obras de Niemeyer - Foto: Beto Novaes/EM/D.A Press


Belo Horizonte. Belos ipês. As árvores que dão boas-vindas à primavera, no dia 22, inundam a capital mineira com sua floração exuberante, que contrasta com o concreto da metrópole. Difícil ficar imune à beleza das flores, sejam elas amarelas, rosas, roxas ou brancas, estas pouco comuns. Quem ainda não parou para admirar a imponência ou mesmo fazer uma selfie diante delas deve se apressar. “Em até 21 dias, esse florescimento bonito, homogêneo e contínuo deve desaparecer das ruas de BH”, diz o engenheiro agrônomo Haroldo Sampaio.

Os ipês normalmente florescem entre julho e setembro, antes do período de chuvas, justamente devido à falta de água no solo. O amarelo é o que chama mais a atenção, já que sua tonalidade se destaca entre o verde e o cinza da cidade. Mas as árvores não têm apenas a função de dar mais cor e vida à paisagem.
As espécies ajudam (e muito) a melhorar a umidade do ar, pois transpiram bastante. “Outra qualidade é que colaboram para aumentar a temperatura no frio, com as flores que cobrem o chão”, explica Sampaio. A madeira do ipê também é valorizada. Por sua resistência, dureza e flexibilidade, sempre foi considerada madeira de lei.

Em Minas Gerais, o ipê-amarelo foi declarado árvore de preservação permanente e imune de corte pela Lei Estadual nº 9.743, de 15 de dezembro de 1988. No Brasil, é considerado árvore- símbolo do país, embora o pau-brasil seja decretado Árvore Nacional pela Lei 6.607, de 7 de Dezembro de 1978. Em Minas, a beleza das flores levam vantagem e se destacam por estar em uma área de transição entre a mata atlântica e o cerrado. Apesar da seca, é nessa época do ano que os ipês exibem todas as suas cores e as flores forram o chão desbravado por Guimarães Rosa.

Mas as bolotas amarelas ou cor-de-rosa, contrastando com o azul de um céu sem nuvens, também enfeitam as grandes cidades. Segundo Sampaio, as espécies são atualmente as mais utilizadas nos novos plantios na arborização urbana. “Continuando assim, entre 12 e 15 anos, Belo Horizonte poderá vir a ser considerada a capital dos ipês.” Um título que vai agradar e muito a alma e os olhos de quem vive ou passa por BH.

Tapetes de flores roxas se formam ao longo da Avenida Pedro II - Foto: Beto Novaes/EM/D.A PressBeleza das flores


Principais espécies em Minas Gerais e Belo Horizonte


Ipê-amarelo (Handroanthus alba)

Floração: agosto a setembro

Ipê-amarelo da mata (Handroanthus serratifolius)

Floração: agosto a novembro

 Ipê-branco (Handroanthus roseo-albus)


Floração: julho a setembro

Ipê-roxo-de-bola (Handroanthus impetiginosus)

Floração: julho e agosto

Ipê-roxo (Handroanthus avellanedae)

Floração: agosto e setembro

Ipê-roxo-sete-folhas (Handroanthus heptaphyllus)

Floração: junho a setembro

Ipê-tabaco do cerrado (Handroantus chrysotrichus)

Floração: julho e agosto

Na Praça Floriano Peixoto, árvore chama a atenção de motoristas - Foto: Beto Novaes/EM/D.A Press

 

 

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