Jornal Estado de Minas

Projetistas de viaduto que desabou em BH apontam falhas na execução do projeto

Engenheiro chefe da Consol e sua equipe fizeram levantamentos que contestam a versão da empresa executora da obra, a construtora Cowan que atribui a erros do projeto a queda

João Henrique do Vale Landercy Hemerson
A demolição da alça norte do viaduto foi autorizada pela Justiça - Foto: Euler Junior/EM/D.A Press.

A Consol Engenheiros Consultores, responsável pelo projeto executivo do Viaduto Batalha dos Guararapes, voltou a se eximir da responsabilidade da pela queda da estrutura que matou duas pessoas e feriu outras 23 em Belo Horizonte. A direção da empresa afirma que houve erro na execução do projeto na parte superior da alça sul do elevado. A declaração foi concedida nesta terça-feira, um dia antes do laudo oficial do Instituto de Criminalística (IC) ser encaminhado para o delegado que apura o caso.

O engenheiro Maurício Lana, presidente da Consol, contestou até mesmo a necessidade de demolição da alça norte, que ficou de pé. “Desconheço qualquer documento técnico nesse sentido, mas apenas uma recomendação verbal. Se, concluíram que o problema é o bloco de sustentação de um pilar, porque não corrigi-lo e manter toda estrutura?”.

Lana e sua equipe fizeram levantamentos que contestam a versão da empresa executora da obra, a construtora Cowan, em 22 de julho, que atribui a erros do projeto a queda. Segundo ele, são pelo menos cinco itens que divergem da proposta original na parte superior do viaduto.
“A superestrutura (tabuleiro) não é o projeto da Consol. Projetamos duas aberturas na parte inferior para o acesso e não a quantidade que se percebe pelas imagens, que somente na alça norte contamos 42 janelas”.

Clique na imagem para ampliar - Foto: Consol / DivulgaçãoProcuradas pelo em.com.br, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e a Cowan não se manifestaram sobre o caso.

Demolição 

A Justiça autorizou, nesta terça-feira, a demolição da alça norte do Viaduto Batalha dos Guararapes. A decisão foi tomada depois de uma audiência de conciliação realizada no 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, que contou com a presença do Ministério Público, empresas envolvidas, moradores dos edifícios Antares e Savana, além de outros vizinhos do elevado. A execução está marcada para dia 14 de setembro e os trabalhos de movimentação de operários começam nesta quarta-feira.

A Prefeitura de Belo Horizonte promete liberar no próximo dia 21 o trecho da Avenida Pedro I, na Pampulha, que está interditado desde o dia 3 de julho por causa do desabamento.

Assista a reportagem da TV Alterosa:


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