Jornal Estado de Minas

Homem que assassinou rival na porta do Fórum Lafayete é condenado

Réu foi condenado a seis anos de prisão por homicídio simples e continua preso

Diego Marques Moreira confessou o crime em depoimento prestado nesta terça-feira - Foto: Beto Magalhães/EM/D.A.Press

O ajudante de bombeiro hidráulico Diego Marques Moreira foi condenado a seis anos de prisão pela morte de um homem na porta do Fórum Lafayette, no bairro Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em novembro do ano passado. Com as testemunhas de acusação e defesa dispensadas, a sessão, que começou às 9h30, durou pouco mais de três horas.

No interrogatório, o réu, que já tinha confessado o crime em juízo e no dia da prisão, assumiu a autoria dos tiros que mataram Raphael Henrique Zerlotini Gomes, de 22 anos. No dia, a vítima saía de uma audiência no fórum e entrou em um táxi com a mãe e outras duas pessoas. O réu se aproximou do veículo e disparou cinco vezes contra a vítima, que ainda saiu do carro, atravessou a via e caiu no canteiro central da Avenida Augusto de Lima. O réu foi preso em flagrante.

Diego confessou a autoria, alegando que a vítima havia ameaçado matar sua família e tinha envolvimento com o crime e o tráfico de drogas. O réu também reafirmou não ser usuário de drogas e não integrar nenhuma gangue.

O promotor Francisco Santiago pediu a condenação do réu por homicídio simples, com pena que varia de seis a 20 anos, retirando a acusação de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe (vingança) e recurso que dificultava a defesa da vítima (surpresa). Segundo Santiago, a justiça foi feita e a sentença está correta. "O caso ganhou repercussão por ter acontecido na porta do fórum mas começou bem antes, ainda na periferia", conta.
O promotor comentou que a vítima contribuiu e muito para o crime. "Ele ameaçava a família do réu, respondia por cinco ou seis homicídios, estava envolvido com o tráfico. Então o réu, perdeu a cabeça, foi lá, e matou", disse.

O defensor público Aender Braga sustentou a argumentação da promotoria e destacou que o acusado tinha boa conduta, era réu primário e não tinha antecedentes criminais. Ele confirmou que a vítima era traficante de drogas e poderia ter participado de outros cinco homicídios. O defensor disse ainda que as qualificadoras não se sustentavam, já que o crime não aconteceu por vingança e não há surpresa que dificulta a defesa para quem lida com o mundo das drogas. Segundo ele, a vítima sabia que poderia sofrer um ataque a qualquer momento.

Após a condenação, Diego Marques Moreira continua preso por, pelo menos, mais um ano e três meses, quando pode requerer a sentença em regime semiaberto. A defesa argumentou que não vai recorrer da decisão do júri popular..