Jornal Estado de Minas

Moradores de ocupações se acorrentam na porta do Tribunal de Justiça de Minas Gerais

O grupo quer se reunir com o governador do estado e com o presidente do TJMG

Cristiane Silva
- Foto: Rafael Bittencourt/Brigadas Populares


Moradores das ocupações Esperança, Vitória e Rosa Leão participam de um novo ato público na tarde desta terça-feira. Depois de se acorrentarem na grade do Palácio da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, os manifestantes repetem o protesto na porta do Palácio da Justiça, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na Avenida Afonso Pena. Segundo representantes das Brigadas Populares, 30 pessoas estão no local, mas o número deve aumentar.

Em nota, o grupo informou que eles pretendem ser recebidos pelo presidente do TJMG, o desembargador Pedro Bitencourt Marcondes, e pelo governador Alberto Pinto Coelho, a fim de estabelecer uma mesa de negociações. Membros da ocupação também estão na prefeitura de Santa Luzia, na Grande BH. Eles querem que o prefeito suspenda a ordem de despejo, pois parte das ocupações se encontram em uma área que pertence à cidade.

O despejo das ocupações motivou uma audiência pública marcada para quarta-feira, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A reunião, promovida pela Comissão de Direitos Humanos, vai discutir a situação de outras ocupações urbanas da capital e da região metropolitana, como Dandara, Helena Greco, Zilah Spósito, Cafezal, Nelson Mandela, Camilo Torres, Irmã Dorothy e Jardim Getsêmani.
Os deputados ressaltam que a Grande BH sofre com o déficit de moradias populares e os moradores dos terrenos enfrentam problemas de regularização fundiária e infraestrutura.

Na tarde de segunda-feira, o Ministério Público, representando os moradores das ocupações, encaminhou um pedido ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para que a juíza Luzia Divina de Paula Peixoto seja afastada do processo que determinou o despejo. O documento também pede que a reintegração de posse seja suspensa. A pauta já se encontra no tribunal e deve ser analisada pela desembargadora Selma Maria Marques de Souza, da 6ª Câmara Cível.

- Foto: Rafael Bittencourt/Brigadas Populares.