Tropa de Choque da PM foi acionada depois que não houve avanço na negociação entre os manifestantes e agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) - Foto: Euller Júnior/EM/D.A.Press
O clima ficou tenso na tarde desta quarta-feira na BR-040, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, durante manifestação dos moradores da ocupação William Rosa. As famílias interrompem o trânsito na rodovia há mais de sete horas em protesto. A tropa de choque da Polícia Militar foi chamada e arremessou bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo contra os manifestantes, que revidaram com pedras. Algumas pessoas ficaram feridas. A rodovia foi totalmente liberada depois de sete horas e meia fechada.

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A manifestação começou por volta das 9h30. Aproximadamente 100 pessoas fecharam o trânsito na rodovia. Elas colocaram pedaços de madeira e pneus na via e em seguida atearam fogo. Um longo congestionamento se formou na região. Alguns veículos, com autorização da PRF, voltaram na contramão para tentar um desvio. Uma das vias usadas como opção dos condutores que queriam passar pelo bloqueio também foi fechada pelos manifestantes.

Por volta das 16h, sem sucesso nas negociações, agentes da PRF acionaram a tropa de choque da PM. Os militares chegaram ao local e retiraram os moradores usando bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. Também houve tiros de balas de borracha. Com a ação dos policiais, as famílias foram para as margens da rodovia.

Um dos coordenadores do movimento, Lacerda dos Santos Amorim, diz que houve abuso por parte dos militares. “Estava todo mundo sentado no chão quando eles chegaram jogando bomba. A PM feriu sete pessoas. Um dos rapazes chegou a ser atendido pelo Corpo de Bombeiros. Entre os feridos estão também mulheres e crianças que foram atingidos por estilhaços de bombas nos braços, pernas e até na boca”, disse.

Mulher chegou a desmaiar durante ação da PM - Foto: Euller Júnior/EM/D.A.PressMesmo com a ação da PM, os manifestantes seguem irredutíveis com o protesto. “Só vamos parar quando o Governo Federal atender nossa demanda. Agora que temos pessoas feridas, precisamos reivindicar", afirma Lacerda. Os moradores afirmam que o objetivo da manifestação é reabrir as negociações com o governo federal para a construção de moradias populares. Cerca de 1,2 mil famílias estão acampadas em um terreno às margens da Avenida Severino Ballesteros, no Bairro Jardim Laguna, que pertence à Ceasa. A invasão de sem-teto na área começou em 12 de outubro de 2013.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e faz a limpeza da pista. Eles tiveram trabalho para apagar o incêndio por causa dos pneus e pedaços de madeira. A tropa de choque ainda segue na rodovia. A pista no sentido Belo Horizonte / Brasília foi liberada por volta das 16h45. O outro lado foi reaberto 15 minutos depois. 

O em.com.br entrou em contato com a PM para questionar as denúncias dos moradores. A assessoria de imprensa da corporação ainda vai se manifestar sobre o ocorrido. (Com informações de Euler Júnior)

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