“É um jogo que está trazendo prejuízo para o erário. Esse rapaz tinha de ser processado por estar falando mentiras. Mas, se ele for processado por falso testemunho, estará ajudando Bruno no recurso dele”, entende o criminalista.
Para Arteiro, o fato de o corpo não ter sido encontrado desqualifica Jorge por mentir desde o começo. “Foi com base nas declarações de Jorge que começaram as investigações. Eles querem desqualificar também o atestado de óbito de Eliza, que a juíza Marixa concedeu com base nas palavras de Jorge, mesmo sem ter o corpo”, diz.
INVENÇÃO Já o advogado de Bola, Zanone Manuel de Oliveira Júnior, afirmou que, independentemente de acharem ou não o corpo, não vai interferir em nada na defesa do seu cliente. Segundo ele, na fase do julgamento, Jorge não reconheceu Marcos Aparecido como o homem apelidado de Bola que ele conheceu na execução de Eliza e citou no depoimento.
Para ele, Jorge pode ter inventado a história do terreno em busca de notoriedade ou ter sido pressionado por alguém: “Se esse corpo aparecer, vai beneficiar em muito Marcos Aparecido, se for encontrado inteiro. A dinâmica contada por Jorge foi a de que ela foi esquartejada e partes do seu corpo dadas aos cães”.
Jorge afirmou que foi pressionado por advogados no início das investigações da morte de Eliza, mas agora foi por dor de consciência e que em nenhum momento quis ou foi induzido a revelar onde o corpo estava enterrado para diminuir a pena de Bruno. “Foi para aliviar meu coração e a mãe dar um enterro digno a ela”, alegou. O delegado Wagner Pinto não acredita em jogada da defesa dos réus: “Não vejo nenhum ponto neste momento para tentar excluir uma culpa”..